Golpe descoberto no IPPS atinge 18 Estados

Promotor Francisco Marinho, de Aquiraz, afirma que os acusados fizeram mais de 3 mil ligações

Promotor divulga total de ligações | Diário do nordeste
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Após nove meses de investigação, o Ministério Público Estadual (MPE) começou a desvendar as ações de uma quadrilha de fraudadores que está atuando no Ceará e em mais 17 Estados, aplicando o ´golpe do montepio´, ou ´golpe do seguro de vida´. Mais de três mil ligações para supostas vítimas foram realizadas a partir de apenas um número de telefone.

O MPE já identificou outras quatro linhas telefônicas e uma conta bancária usada pelos golpistas. A investigação teve início a partir da denúncia de uma vítima, residente em Boa Vista, no Estado de Roraima. A informação repassada ao MPE, era de que o telefonema dos fraudadores havia partido de dentro da maior penitenciária do Estado, o Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS).

Investigação

A partir daí, o promotor Francisco de Assis Oliveira Marinho, titular do MP na Comarca de Aquiraz, identificou ramificações da quadrilha no Ceará e em outros Estados e descobriu novas vítimas dos golpistas. A fraude, conforme a apuração do promotor, consiste na obtenção de dados de pessoas falecidas e no contato com os familiares dessas pessoas, a maioria delas militares já mortos que pertenciam às Forças Armadas. A partir daí, uma quantia em dinheiro é exigida para a liberação dos valores de seguros de vida, que, na verdade nunca foram feitos pelos beneficiários em vida.

A fraude é realizada basicamente por telefone e Internet. Os golpistas entram em contato com os parentes dos falecidos e afirmam que eles deixaram seguros de vida para os seus parentes, Entretanto, os estelionatários assegura que, para que os valores sejam liberados mais rapidamente, é necessário um depósito em uma conta corrente. Acreditando que as pessoas mortas fizeram realmente os seguros de vida e não informaram a eles, os parentes depositam o dinheiro e caem no golpe.

Três linhas telefônicas de celulares e duas fixas, além de uma conta bancária já foram identificadas nas investigações e são usadas para dar apoio a quadrilha. Em apenas um dos números rastreados pelo MPE, os estelionatários realizaram 3.121 mil ligações para potenciais vítimas em apenas quatro meses. São 780 ligações por mês e 26 em apenas um dia.

Os proprietários das contas, cujos nomes não foram revelados pois o processo corre em, segredo de Justiça, negaram a participação na fraude. O titular da conta bancária descoberta pelo MPE reside em Maranguape e também negou, mas o promotor já identificou valores depositados em nome do suspeito.

Altos valores

O MP ainda não tem um valor estimado obtido a partir dos golpes, mas pela quantidade de ligações realizadas, o promotor Marinho acredita que as cifras podem ser muito altas. "Eles pedem valores pequenos, mas o número de ligações é muito grande, o que faz com que nós acreditemos que as cifras sejam realmente significativas".

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