No centro da cidade elas se proliferam aos borbot?es. Pelas ruas por onde passam milhares de pessoas todos os dias, as financeiras est?o a cada quarteir?o e com uma movimenta??o bastante intensa. Hoje, al?m do fluxo constante de pessoas nesse tipo de estabelecimento, elas est?o constantemente na m?dia em raz?o de um grande problema: serem o principal piv? dos empr?stimos fraudulentos que vitimam quase todos os dias um idoso piauiense em alguma parte do Estado.
O crime hoje ? um dos mais recorrentes no Piau? e faz com que a Delegacia do Idoso, uma das mais recentes a come?ar a atuar, seja uma das que mais s?o solicitadas pela popula??o. ?Assim que come?amos nosso
trabalho, em setembro de 2005 tivemos apenas 4 casos de empr?stimos consignados fraudulentos. Mas foi apenas no final de 2006, quando fizemos a primeira pris?o, que as den?ncias come?aram a aparecer diariamente?, afirma o delegado Marlos Sampaio, titular da Delegacia do Idoso.
Hoje a Justi?a piauiense possui no??o do tamanho do problema que esses empr?stimos se tornaram. De acordo com as estimativas da delegacia, n?o existe hoje nenhum munic?pio do Estado que ainda n?o possua pelo menos um v?tima dos agenciadores de financeiras. ?S? em Teresina j? conseguimos registrar 500 casos este ano. Aqui ? mais f?cil ter um acompanhamento, porque ? onde a delegacia est? instalada, mas tamb?m temos atuado no interior e temos id?ia do tamanho do problema.
Estimamos que existam hoje mais de duas mil v?timas desses empr?stimos. Isso contando por baixo?, acredita.
Segundo Marlos, somente nas duas ?ltimas opera?es foram encontrados quase 400 v?timas. Em Buriti dos Lopes, foram identificados 150 casos, j? em Esperantina, foram mais de 200. ?E nas cidades onde a delegacia n?o atua, onde ainda n?o pudemos chegar? Imagine quantas pessoas s?o?, especula.
Joana Miranda foi uma dessas pessoas. Moradora do interior da
cidade de Campo Maior, a 80 quil?metros de Teresina, ela recebeu a visita de um corretor na porta de sua casa. ?Ele chegou me perguntando
se eu era aposentada e queria fazer um empr?stimo. Disse para mim das vantagens, que eu n?o teria que pagar muito e eu acabei assinando,
porque precisava de um dinheiro para comprar uma coisas para casa. S?
que esse dinheiro nunca chegou, mas vem descontado do meu pagamento?, lamenta a senhora de 66 anos e que recebe apenas um sal?rio como aposentada.
Mas existe quem seja mais comedida e prefira n?o se arriscar. A tamb?m aposentada Maria Auri Xavier, de 63 anos nunca fez um empr?stimo. Ela diz que seu marido possui um, mas ela faz quest?o de n?o se envolver nessas quest?es. ?Fazer um empr?stimo ? algo muito importante e todos devem tomar cuidado. N?o apenas porque pode ser enganado, mas porque pode ficar dif?cil pagar?, recomenda.