O caminho para Alexandre Nardoni migrar para o regime aberto, onde o preso termina de cumprir a pena fora da prisão, apresenta dificuldades significativas. De acordo com o promotor Luiz Marcelo Negrini, responsável pela execução penal em Tremembé, em entrevista ao O Globo, aponta que o principal obstáculo está no assassinato que ele cometeu.
O que aconteceu
Nardoni foi condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato de sua filha, Isabella Nardoni, em 2008, de apenas cinco anos. A menina foi jogada pelo pai e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, da janela do apartamento da família, localizado na Zona Norte de São Paulo. O MeioNorte.com divulgou que o condenado pelo crime poderia passar para o regime aberto a partir de abril deste ano, no entanto, o crime caracteriza-se como “hediondo e muito violento”, o que dificulta a possibilidade de liberdade.
Versão apresentada por Nardoni
Alexandre Nardoni nunca admitiu a autoria do crime contra Isabella. Ele sustentou sua inocência tanto durante o julgamento pelo Tribunal do Júri em 2010 quanto em todos os exames psicológicos e criminológicos realizados na prisão de Tremembé. De acordo com sua versão, ele alega que um assaltante entrou em seu apartamento quando a menina estava sozinha. O bandido teria encontrado uma tesoura na gaveta da cozinha, cortado a tela de proteção da janela do quarto das crianças e lançado a vítima do alto.
O teste de Rorschach
A Justiça determinou que Nardoni realizasse o teste de Rorschach, também conhecido como "teste do borrão de tinta". Este exame consiste em dez pranchas brancas, oito delas com manchas pretas abstratas e duas com desenhos coloridos. O detento é apresentado a cada uma delas pelo psicólogo, sendo necessário que ele descreva o que enxerga em cada imagem ao longo de um período de duas horas.
Os criminosos que não confessam seus crimes, evitam fazer o teste devido ao medo de que ele revele traços de personalidade violenta e tendências homicidas. Após a realização do exame, o profissional encarregado elabora laudos que são enviados ao juiz responsável. O magistrado leva em consideração esses resultados ao decidir se concede ou não a liberdade ao indivíduo.