Um homem de 30 anos foi preso na manhã desta quinta-feira (29), após agredir com um soco no rosto um ginecologista, dentro de um consultório em Goiânia (GO). O agressor, identificado como Tiago Bernardes, relata que sua companheira grávida foi atendida pelo médico ontem e que teria sido abusada por ele no local.
A cena das agressões foi filmada. Nas imagens é possível ver Tiago agredindo o médico e o acusando de ser “abusador de mulher”. O ginecologista, por sua vez, negou as acusações. O caso aconteceu no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte.
No vídeo, Tiago sacode o médico, o agride com um soco no rosto, enquanto o chama de “abusador”. Após a agressão, o ginecologista demonstra confusão e chega a pedir para Tiago contar o motivo do soco. Procurado pela reportagem, o profissional negou ter abusado da mulher e que só fez o exame do toque, pois ela está em seu oitavo mês de gestação.
Tiago chegou a deixar o local, mas foi localizado pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) logo depois. Tiago Bernardes, seu tio e sua companheira, assim como o médico, foram levados para a Central de Flagrantes de Goiânia. O médico também passou pelo o Instituto Médico Legal (IML), onde teve exame de corpo de delito devido à agressão sofrida.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia disse que o médico está há 9 anos no Ciams Novo Horizonte e que não tem “conhecimento de nenhum ato que o desabone”, mas que vai apurar os fatos.
“E na data de hoje foi ela, o companheiro e um tio do companheiro dela para agredir o médico”, disse o corregedor-geral da GCM, ao destacar que o momento da agressão foi filmado pelo tio de Tiago.
Em nota enviada a SMS disse que o médico “é ginecologista, servidor efetivo da Secretaria Estadual de Saúde, cedido ao município de Goiânia, com ônus para o Estado de Goiás”, e está lotado no Ciams Novo Horizonte desde 2014.
“Durante todo este período, a SMS não tem conhecimento de nenhum ato que o desabone. Diante da denúncia, a secretaria vai apurar os fatos. Caso haja confirmação, tomará as providências pertinentes. Ressalta-se, que a secretaria não compactua com atos de desrespeito aos usuários e preza pelo acolhimento e qualidade da assistência”, diz a nota da SMS.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) afirma que não tem conhecimento do caso, e que “repudia veementemente qualquer ato de violência contra médicos e contra qualquer cidadão”. Em contrapartida, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) disse que as manifestações cabem somente à SMS.
“O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) não tem conhecimento desta acusação. O Cremego repudia veementemente qualquer ato de violência contra médicos e contra qualquer cidadão. Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego são apuradas e tramitam em sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico. O Cremego apura a conduta ética dos médicos de forma independente de apurações administrativas ou criminais realizadas por outras instituições.”