Depois de dois dias, terminou na noite desta sexta-feira, em São Paulo, o julgamento do caso que ficou conhecido com o "crime da mala". Jimmy Richard Iribarne, de 42 anos, que confessou ter matado a namorada e jogado o corpo na represa dentro de uma mala, foi condenado a 16 anos, 6 meses e 16 dias de prisão, mas pode só cumprir dois anos de reclusão.
Antes do pronunciamento da juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, do 5° Tribunal do Júri, o semblante dos dois réus julgados pelo caso era de apreensão. Ao ouvir a sentença, o réu confesso chegou a sorrir. Contrariada com a pena, considerada leve, a família da vítima não segurou o choro e a indignação.
Jimmy Iribarne matou a namorada por estrangulamento. Depois colocou o corpo dentro de uma mala e o jogou em uma represa no município de Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo. A dançarina Magda da Silva Roncati tinha 32 anos e morava na Suíça. O crime aconteceu durante uma visita dela ao Brasil em janeiro de 2011.
A defesa alegou que Iribarne tentou se defender depois de ser atacado com uma faca durante uma briga. Mas ele não soube explicar porque tentou esconder o corpo. Jimmy Iribarne foi condenado por homicídio qualificado por causa do uso de crueldade e também por ocultação de cadáver. Como já cumpriu parte da pena, o tempo de reclusão foi reduzido para 13 anos e seis meses.
O júri absolveu Jimmy da acusação de que a vítima não teve como se defender. Os jurados também inocentaram um amigo de Jimmy, Ivanilson Vieira de Freitas, da acusação de ocultação do corpo. Ele ajudou a levar a mala até a represa, mas alegou que não sabia o que havia dentro. No entanto, foi condenado a 1 mês e 8 dias em regime semi-aberto por ter ajudado Jimmy a se esconder da polícia durante as investigações.
Magda da Silva Roncati morava na Suíça e voltou ao Brasil para visitar a família na época do crime. Com Iribarne, a polícia encontrou uma agenda na qual ele comentava detalhes do assassinato. Como réu confesso, de acordo com a polícia, ele teria assassinado a dançarina e escondido o corpo em uma mala no fundo da represa de Mairiporã.
Em seguida, o acusado avisou a família da vítima que ela teria voltado à Europa, história que acabou desmontada pelas investigações dos policiais em 2011.