"O que eu fiz foi uma maldade", desabafou o marceneiro Jonas Macolino da Silva, 35 anos, durante apresentação à imprensa na manhã desta quarta-feira (3), na Divisão de Homicídios do Rio.
Ele é acusado de ter estuprado e matado a menina Camila Evangelista da Conceição, de 9 anos, encontrada morta na segunda-feira (1º), no Centro da cidade.
"Agora eu quero morrer. Usei drogas e bebi muito e quando eu bebo fico muito perturbado. Estava alterado e nervoso e não lembro de muita coisa", contou ele na delegacia.
Segundo a polícia, ele vai ser indiciado por estupro de vulnerável e homicídio duplamente qualificado por motivo fútil, cujas penas podem chegar a 45 anos de prisão, segundo o delegado Felipe Ettore, titular da Delegacia de Homicídios (DH) do Rio. Ele foi preso na manhã desta terça-feira (2) e, segundo o delegado, teria confessado o crime.
Agentes da DH e policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) chegaram ao acusado com a ajuda de moradores. O homem, que trabalha como marceneiro e morava em um quarto alugado no Morro da Providência, no Centro da cidade, voltou à residência nesta manhã e foi denunciado por moradores aos policiais que estavam fazendo diligências no local.
Imagens mostram caixa sendo jogada em lixeira
Através de uma imagem de um vídeo, gravada por câmeras de uma empresa situada próximo ao local onde o corpo da menina foi deixado, policiais da DH disseram que é possível ver quando um homem que puxava um carrinho de rolimã joga uma caixa de isopor numa lixeira.
O corpo de Camila foi encontrado na segunda-feira (1º) na Ladeira Madre de Deus, na Gamboa, um dos acessos ao Morro da Providência, Zona Portuária do Rio.
Ao ser preso, o marceneiro teria confessado o crime aos policiais, dizendo que aliciou a menina com R$ 20 e a levou para seu quarto. Ele disse ainda que estuprou a criança e que a matou porque ela gritou.
Criança desapareceu no domingo
A menina era moradora do Morro da Providência, no Centro, área vizinha ao local onde o corpo foi encontrado. Segundo Thaideth Duarte, subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora da Providência, a menina estaria desaparecida desde a noite de domingo (31). Ela teria ido à uma festa com os pais na Rua Barão Félix, nas proximidades da comunidade da Providência, quando saiu para andar de bicicleta e sumiu. Apesar do desaparecimento, os pais não teriam feito qualquer comunicado à polícia.
A assessoria da UPP informou que a região onde a menina desapareceu não faz parte da área de atuação da unidade da Providência. Mesmo assim, nenhum órgão policial foi avisado sobre o desaparecimento, ainda segundo a assessoria.