Homem é condenado a 16 anos por matar ex-marido da namorada em Barras

A vítima fatal foi identificada como Luís Pereira de Castro, de 32 anos. Ele foi encontrado morto a tiros na noite do dia 15 de setembro de 2020.

Condenado | Reprodução
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Com duração de mais de 7 horas, foi realizada na segunda, dia 21 de fevereiro, uma sessão do Tribunal do Júri da Comarca de Barras, região norte do Piauí, para julgar o comerciante Francisco Gonçalo Aires Borges, acusado de ter assassinado há quase dois anos o ex-companheiro de sua namorada na época. 

A vítima fatal foi identificada como Luís Pereira de Castro, de 32 anos. Ele foi encontrado morto a tiros na noite do dia 15 de setembro de 2020 na localidade Bandurra, zona rural de Barras. Segundo os autos do processo, Luís estava chegando na casa da sua namorada Elisa, e quando estava estacionando o carro, duas motocicletas se aproximaram e várias disparos foram efetuados.

Luis Pereira de Castro foi encontrado morto a tiros em setembro de 2020 - Foto: Reprodução

Nas motos estariam Francisco Gonçalo e Maria da Silva, ex-mulher da vítima. Luís não teve tempo sequer para sair do veículo. Após o crime, os acusados fugiram. O carro estava com os faróis ligados e pessoas da localidade ouviram os barulhos dos disparos. A Justiça decidiu pelo desmembramento dos autos e os acusados passaram a responder processos diferentes. Maria chegou a ser ouvida, mas negou sua participação. Em seu depoimento, o acusado afirmou que a vítima não aceitava o seu relacionamento com a ex-companheira dele. Ele confessou o crime e disse ainda que Luís já tinha tentado tirar sua vida.

“Eu dei um disparo, Já tinha sido agredido e ameaçado, ele me deu um golpe de facão, nesse dia era para ele me matar porque ele estava com espingarda engatilhada, nessa altura chega Ceiça e se joga na espingarda e a espingarda dispara, ele automaticamente puxa o facão e vem para mim, bate o facão em mim e eu apaguei”, relatou Francisco Gonçalo.

Francisco Gonçalo foi julgado e condenado a 16 anos de prisão - Foto: Reprodução

Em sua sustentação, o Ministério Público defendeu que o homicídio se enquadrava dentro das qualificadoras por motivo torpe e emprego de emboscada.

“Ele foi atingido com vários disparos de arma de fogo então o Ministério Público sustenta que além da motivação ser fútil ela também tem uma dificuldade que é a impossibilidade ou dificuldade de se defender, até pelas região dos disparos. Um disparo de arma dado na cabeça logo ele desorienta a pessoa, é diferente de um disparo que atinge só o braço, ou só a perna, todos os nossos sentidos estão na cabeça, ele teve a visão afetada, a audição afetada pelo próprio disparo”, declarou Silas Sereno Lopes, promotor de justiça de Barras.

Já a defesa do acusado, alegou excesso exculpante, causa que pode gerar exclusão de culpabilidade. “O primeiro acesso que eu tive nele eu perguntei: Francisco quantos tiros foi? Ele olhou para mim e falou a mesma maneira que ele disse, por mim eu pensei que era um’, porque foi emoção, susto, medo, estado emocional abalado, medo de morrer e aquela frase que ele ficava ouvindo há quase dois anos de ameaça depois de uma facãozada de quase partir a cabeça. Porque ele respondeu que achava que foi só um, o estado emocional dele estava tão abalado que ele nem sabe quantos tiros deu, diferente de uma pessoa que quer matar”, disse Gilberto Azevedo, advogado de defesa.  

Ao final, o júri decidiu condenar Francisco Gonçalo Aires Borges a 16 anos de prisão, iniciando o cumprimento da pena em regime fechado. Para a nossa reportagem, a defesa disse que irá recorrer pedindo diminuição da pena decretada. Já o julgamento de Maria da Silva, suspeita de ajudar o acusado, ainda não tem data para acontecer. Agora condenado, Francisco Gonçalo foi encaminhado para a Penitenciária de Esperantina.

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