Um homem está sendo investigado pela Polícia Civil por xingar e humilhar uma atende de bar na Ilha de Santo Aleixo, em Sirinhaém, no Litoral Sul de Pernambuco. Um vídeo que mostra as agressões viralizou nas redes sociais. Jennypher Costa, de 20 anos, prestou queixa na delegacia do município por injúria e crime de gênero, quando a vítima é agredida por ser mulher.
O caso aconteceu no dia 15 de dezembro, mas veio à tona na quinta-feira (26), quando o vídeo passou a circular na internet. Nas imagens, é possível acompanhar várias frases agressivas, de cunho sexual, e com muitos palavrões. Na quinta, a vítima fez o registro formal da ocorrência. Jennypher identificou o autor das agressões como Felipe Brasileiro, dono da Santa Ilha Pousada, em Serrambi, Ipojuca, também no Litoral Sul.
No vídeo, que dura aproximadamente um minuto, o homem chega ao bar perguntando se a atendente não tem namorado ou se o namorado dela é homossexual. Em seguida, ele reclama do atendimento, diz vários palavrões e afirma duas vezes que a mulher "precisa fazer sexo" para melhorar o humor.
"Minha filha, você não tem namorado não é? Seu namorado é viado? Que mau humor do c... Vá f... Atendimento c....o seu. Pior atendimento que existe aqui na Ilha de Santo Aleixo", diz.
Outro homem diz que ele está perdendo a razão pelo que está falando, mas ele insiste que não está preocupado com isso, já 'que está pagando'. Visivelmente constrangida e amedrontada, Jennypher permanece calada, atrás do balcão, olhando sempre para baixo.
O caso provocou revolta nas redes sociais. Várias pessoas foram na página da pousada de Felipe Brasileiro em uma rede social pedir justiça. Depois da repercussão, o perfil do empreendimento foi desativado.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Sirinhaém. Por nota, a Polícia Civil informou que as investigações da ocorrência de difamação "foram iniciadas e seguem até esclarecimento do fato".
Depoimento
Por telefone, Jennypher contou que trabalha no bar há dois anos e nunca passou por nada semelhante. Ela, no fim do expediente do bar, pediu aos garçons que desligassem o som. O cliente, então, ficou irritado e reagiu de forma ofensiva e violenta.
"Ele não gostou, queria continuar escutando o som e se revoltou. Quando foi a hora de fechar a conta ele compareceu lá no caixa e começou a falar tudo aquilo. Eu me senti extremamente humilhada, desrespeitada. Não desejo isso para ninguém. Dei queixa e vou entrar na justiça, porque isso não pode acontecer mais", disse.
A atendente explicou que não registrou a queixa na época do fato porque não tinha provas do crime e nem sabia a identidade do autor das agressões.