Um cabo da Polícia Militar foi preso na tarde da quarta-feira (8) em Patos, no Sertão paraibano, suspeito de cometer cinco assassinatos na cidade entre os meses de agosto e dezembro do ano passado. Segundo o delegado Hugo Lucena, da Polícia Civil, as vítimas foram quatro homens e uma mulher, todos envolvidos em esquemas de prostituição. Entre eles, havia travestis. Ele diz acreditar que os crimes tenham um perfil homofóbico, o que poderia caracterizar o policial como um "serial killer".
"Nós acreditamos que ele escolhia vítimas aleatoriamente, tanto que o intervalo entre um homicídio e outro é variável, mas a forma de execução é sempre a mesma. Se pelo modo de agir ele se enquadra no conceito de serial killer, é plenamente possível defini-lo assim", explicou o delegado. Segundo ele, as características das execuções e os locais tinham o mesmo perfil: as vítimas eram garotas de programa, homens homossexuais e travestis que atuavam próximo à linha férrea de Patos, em uma ponto conhecido como "Campo da Buraqueira".
A operação realizada pela Polícia Civil para prender o cabo foi denominada "Carcará", em alusão às características de "predador". O mandado de prisão temporária de 30 dias expedido pela Justiça foi cumprido quando o cabo estava em serviço no município de São Bento. Na casa do suspeito, os investigadores apreenderam carregadores de armas, munições usadas, DVDs e materiais pornográficos.
Ele foi encaminhado à delegacia de Patos, prestou depoimento e foi transferido para a sede do 3º Batalhão da Polícia Militar, onde aguarda decisão judicial e um posicionamento administrativo da corporação. O comandante do Policiamento Regional II, coronel Almeida Rosas, disse esperar que o cabo seja julgado sem favorecimentos. "Temos que mostrar que a lei é para todos", declarou.
Além do envolvimento nos cinco assassinatos, o cabo da PM também é suspeito de participar de tentativas de homicídio ocorridas na cidade. Segundo Hugo Lucena, a identificação foi possível com base no depoimento de um sobrevivente. Em entrevista à TV Paraíba, ele explicou como foi abordado pelo policial. "Depois de me atacar ele disse: "agora só falta pegar o resto dos travestis"?, relatou a vítima.