Homossexual é morto com madeira de 15 cm no ânus

O caso segue cercado de mistério, mesmo diante da gravidade dos fatos.

Familiares do homossexual pedem justiça | emergencia190
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Um crime brutal chocou a população de Olivença, município sertanejo, distante 231 km da capital Maceió. Com exclusividade, o EMERGENCIA190 viajou até a pequena cidade, que tem pouco mais de 10 mil habitantes, para acompanhar o caso, que tem como vítima o homossexual Valmir da Silva, de 39 anos, conhecido na região por ?Soraia?.

O caso segue cercado de mistério, mesmo diante da gravidade dos fatos. A vítima foi amordaçada, teve pedaços de madeira introduzidos no ânus e o pênis queimado com álcool. A cunhada de Valmir, Maria José de Melo Silva, conhecida por ?Candouca?, 52 anos, recebeu nossa reportagem e decidiu relatar detalhes dos últimos dias de vida de ?Soraia?.

Foi dona Candouca quem percebeu que algo errado estava acontecendo com ?Soraia?, que havia desaparecido. A família temia o pior e decidiu procurar por ?Soraia?, que foi localizado graças as informações obtidas com moradores da região.

A família fala pouco sobre o caso. Com declarações truncadas o EMERGENCIA190 decidiu procurar informações na região. Foi num bar, localizado na cidade de Olivença, que percebemos que há motivos para o mistério da morte de ?Soraia?.

Fomos recebidos pelo proprietário do estabelecimento, com desconfiança, mas ele acabou contribuído com as informações. ?O crime está recente, por isso ninguém quer falar sobre o assunto?, disse o comerciante, que pediu para não ter o nome revelado.

O retorno

A família conseguiu localizar ?Soraia?, que voltou para sua residência, onde morava com a mãe, Beatriz Maria da Silva, 76 anos. Já no primeiro dia ele começou a reclamar de fortes dores, principalmente na região do abdômen.

?Achei muito estranha a dor de barriga. Valmir mal sentava e saía constantemente em direção ao banheiro. Já desconfiada, vi quando ele jogou uma cueca muito suja nos fundos da casa. Por onde ele andava subia aquele mau cheiro?, disse Candouca.

Ela disse que ?Soraia? ainda procurou o posto de saúde da cidade para se medicar, mas devido às secreções ele passou a usar fraudas descartáveis. Até então, segundo dona Candouca, ?Soraia? não tinha revelado o que havia acontecido com ele.

A situação se agravou e ?Soraia? foi levado para o Hospital Regional de Santana do Ipanema Clodolfo Rodrigues mas, devido a gravidade, foi transferido, em seguida, para o Hospital de Urgência e Emergência (HUE), em Maceió.

Durante a cirurgia o médico consegui tirar um pedaço de madeira, com aproximadamente 15 cm, que estava no intestino grosso. Soraia não resistiu e faleceu algumas horas depois, do dia 3 de fevereiro, quando se preparava para passar pelo mesmo processo para a retirada de outro pedaço de madeira, que estava no ânus.

?Eu acredito que Valmir estava bêbado, quando o crime aconteceu. Tenho certeza que ele foi amordaçado para não gritar. Foi uma covardia muito grande. Nós somos pobres, mesmo assim queremos justiça?, revelou dona Candouca.

O homossexual acabou morrendo após uma infecção generalizada, 11 dias depois do crime. Com medo, a família de agricultores decidiu enterrar o corpo de Valmir da Silva, no cemitério do povoado Pedrão, ao invés do cemitério público da cidade.

INVESTIGAÇÃO POLICIAL

O EMERGENCIA190 foi até a Delegacia Regional de Santana do Ipanema, onde o delegado Manoel Wanderley falou sobre o crime. ?Foi um crime bárbaro. Tomamos conhecimento pelas pessoas da cidade, já que os familiares não procuraram a Delegacia para fazer a denúncia?, disse o delegado, acrescentando que o caso pode ter novidades a qualquer momento.

?Começamos a investigar o crime poucos dias após a morte do rapaz e, em breve, teremos novidades. Estamos trabalhando para esclarecer tudo?, disse Manoel Wanderley.

GGAL

O presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Nildo Correia, ficou surpreso com o crime e garantiu que irá acompanhar o caso de perto para que os acusados sejam presos.

?Vocês estão me informando sobre esse crime em primeira mão. Um absurdo! Então, vamos cobrar do delegado até ser esclarecido?, disse Nildo. O presidente do GGAL contou que a família da vítima não procurou a delegacia por vergonha.

?O que levou a família a silenciar sobre o assunto foi à vergonha por se tratar de um homossexual. Isso acontece constantemente e devemos parar com esse preconceito, principalmente no sertão de Alagoas?, advertiu.

Casos de homofobia

Desde o início do ano, o GGAL já registrou seis homicídios contra homossexuais, em Alagoas. Só No mês de fevereiro aconteceram mais dois, sem contar com o crime de Olivença, que ainda não estava na estatística do GGAL.

O primeiro caso do ano aconteceu no município de Jequiá da Praia, onde a vítima morreu a pedradas, crime praticado por um menor de idade. O outro ocorreu na cidade de Penedo, onde o corpo foi encontrado boiando numa piscina.

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