Imagens de uma câmera de segurança de um prédio da Mata da Praia, em Vitória, mostram o travesti e suspeito de assassinar o policial rodoviário federal, na madrugada deste domingo (30), correndo pela rua após o crime. Jhon Wener Ríco Alves de Araújo, conhecido como Michele, negou o crime e disse que ele e a vítima foram rendidos por assaltantes. O travesti foi levado para o Centro de Triagem de Viana. A Delegacia de Crimes Contra à Vida (DCCV) de Vitória vai testemunhas nos próximos dias para concluir o inquérito.
O policial rodoviário federal foi encontrado morto dentro de um carro parado na Rua José Pinto da Silva, na Mata da Praia, na manhã deste domingo. A vítima foi vista por moradores, que avisaram a polícia. Ele estava nu e tinha quatro perfurações de bala, segundo a polícia. Pertences da vítima, como roupas e carteira com dinheiro, estavam no veículo, mas a arma do federal não foi encontrada.
O travesti, Jhon Wener Ríco Alves de Araújo, foi preso, na tarde deste domingo (30), dentro de casa, no bairro Jabour, em Vitória, enquanto pintava o cabelo, segundo a polícia na tentativa de mudar a aparência. O suspeito foi levado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar esclarecimentos, mas negou ter cometido o crime.
Na delegacia, Jhon Wener negou as suspeitas. Contou que foi abordado pelo policial para fazer programa, mas quando estavam no carro, um outro travesti e um homem os renderam. ?Eles chegaram, nos abordaram, fizeram o "vuco vuco todo", mandaram eu descer, não olhar para trás e eu sai correndo. Estou tranquilésima?, afirmou.
Para o delegado Marcelo Cavalcanti, o crime não foi um latrocínio. O suspeito será autuado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem chances de defesa por parte da vítima. ?Todas as provas chegam a conclusão que foi ele realmente que cometeu esse grave crime de homicídio. Temos várias provas, imagens, testemunhas e reconhecimentos de que ele voltou para cometer esse crime?, disse o Cavalcanti.
A operação para prender o travesti contou com o apoio de 20 policias rodoviários federais, colegas da vítima. Familiares estiveram na delegacia para prestar depoimento, mas não quiseram gravar entrevista. A vítima trabalhava na policia rodoviária federal há 20 anos, estava separado e deixou dois filhos, de 20 e 22 anos.