O influenciador digital Leandro dos Santos, conhecido como "Pirata", de 41 anos, foi preso após ficar foragido da polícia desde o final de semana, por estuprar uma mulher durante uma entrevista de emprego. O Plantão Judicial de Gravataí, na região Metropolitana de Porto Alegre, já havia decretado a prisão preventiva. Ele ganhou notoriedade por divulgar operações policiais e entrevistar membros da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul para os mais de 150 mil seguidores.
A prisão foi confirmada pela delegada Luana Medeiros, da Delegacia da Mulher de Gravataí. Pirata foi encontrado em um apartamento na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, na zona Norte de Porto Alegre, segundo as informações repassadas pela Delegacia de Polícia de Capturas, o foragido foi localizado em um apartamento na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, na Zona Norte de Porto Alegre.
"Pirata estava neste apartamento desde domingo e foi visto sair poucas vezes para rua. No momento da prisão, Pirata não esboçou qualquer tipo de reação e acatou todas as ordens policiais", declarou a Polícia Civil.
O Tribunal de Justiça e o Ministério Público informaram que o caso tramita sob sigilo e não deram detalhes do processo.
O QUE DIZ A DEFESA DO ACUSADO
O advogado Leudo Costa, que defende o influenciador, disse que "Leandro negou todas as acusações" e "garante que a relação foi consentida".
SAIBA MAIS SOBRE O PIRATA
O influenciador ministrava cursos de fotografia para policiais no estado, conforme consta no perfil de Leandro em uma rede social que conta com mais de 150 mil seguidores. Em fevereiro de 2023, Leandro começou a trabalhar como assessor especial em um cargo comissionado na Secretaria da Segurança Pública do RS.
O salário bruto do influenciador era de R$ 7,3 mil mensais, conforme o Portal da Transparência. Ele foi exonerado em 18 de junho de 2024, antes do suposto crime.
Em nota, a SSP afirmou que Leandro "trabalhou como cinegrafista na assessoria de comunicação e já não faz parte do quadro".
VÍTIMA NARRA MOMENTOS DE TERROR
O suspeito teria conhecido a vítima no local de trabalho dela, no dia 22 de outubro. Leandro teria feito uma proposta de emprego para a mulher, que disse ter enviado seu currículo para o investigado.
No dia seguinte, a mulher foi até o estúdio do influenciador para a entrevista. O homem teria dito para ela ser policial e chefe de comunicação da polícia.
O suspeito teria insistido para que a mulher tomasse uma bebida com ele e teria colocado uma arma sobre a mesa e beijado a suposta vítima à força. Na sequência, de acordo com o relato dela, o influenciador teria cometido o estupro.
Conforme o depoimento, Leandro teria tocado no corpo da mulher à força e cometido violência sexual contra a suposta vítima.
De acordo com o informado pelo Ministério Público e pela decisão da Justiça, o crime teria sido cometido sem a presença de testemunhas e que, nesse caso, "a palavra da ofendida é prova essencial, tendo a vítima prestado esclarecimentos sobre a conduta, as circunstâncias e o local e data em que ocorreu".
A ordem de prisão preventiva levou em consideração a suspeita de ameaça com arma de fogo e o suposto envio de mensagens para a mulher após o crime, "o que revela a sua periculosidade, consistente em uma conduta ameaçadora e desvinculada de sentimento de culpa, fazendo crer que reúne características pessoais compatíveis com a reiteração de graves delitos".