O advogado José Cociolito, que trabalha para a família de Fernando Gouvêa, 33 anos, o homem que atirou em três pessoas na manhã desta quinta-feira em São Paulo, disse que foi contratado há 15 dias para providenciar a internação de Gouvêa, que sofre de esquizofrenia. Segundo a PM, ele se irritou com a intimação judicial para sua interdição e atirou contra um dos enfermeiros, o oficial de Justiça e uma mulher identificada como Sílvia, que levou um tiro de raspão.
Após os disparos, o homem se trancou dentro de casa, na rua Castro Alves, no bairro Liberdade, e avisou que possuía armas no local. Segundo Cociolito, Sílvia seria a dona da casa onde Gouvêa mora há dois meses.
De acordo com o tenente-coronel Marcelo Pignatari, um dos comandantes da operação, o atirador disse que se feriu na cabeça e no braço, "provavelmente quando entrou em luta com uma das pessoas que foram cumprir o mandato judicial".
Pignatari falou que as vítimas estavam caídas em frente à residência. Os três feridos foram levados ao Hospital Vergueiro. Segundo o militar, Gouvêa não fez nenhum tipo de exigência, apenas está revoltado com a medida judicial. "No momento que conversávamos por celular, ele mostrava revolta. É uma ocorrência sempre imprevisível porque ele não tem total capacidade de discernir o que está acontecendo".
Segundo o tenente-coronel, a PM está com um psicólogo no local, e a negociação acontece via celular. "Nós estamos com policiais junto à porta e no entorno da residência. Não há nenhuma possibilidade de ele fugir, portanto não temos pressa, esperamos o desfecho da ocorrência, que ele se entregue para providenciar o socorro."
O advogado Cociolito explica que a família entrou com pedido de interdição do rapaz, uma medida protetiva que seria para avaliação psicológica dele e uma eventual internação compulsória, por isso a necessidade de um enfermeiro acompanhar o oficial de Justiça. O destino dele seria Itabira (MG). Segundo o advogado, desde setembro do ano passado o homem apresenta quadros de surtos.