O irmão da torcedora palmeirense Gabriela Anelli, falou ao Meionorte.com que a polícia investiga se houve um possível envolvimento da irmã na confusão e mencionou o suspeito que está sendo investigado como autor do arremesso da garrafa que atingiu e matou a jovem no dia 8 de julho deste ano, em São Paulo.
Gabriela Anelli, de 23 anos, estava na fila para entrar no estádio quando ocorreu um confronto entre torcedores organizados dos dois clubes (Flamengo x Palmeiras). Ela foi atingida com uma garrafa e socorrida logo em seguida. No dia 10 de julho, ela sofreu duas paradas cardíacas, não resistiu e infelizmente faleceu.
“É algo sensível, tem a investigação acontecendo em torno desse caso, a gente aguarda uma virada, sempre procuramos a delegacia, não tem nada concluído, e o nosso desejo é que seja tudo resolvido”, disse Felipe Anelli, irmão da torcedora palmeirense.
Questionado pela reportagem se há suspeitas de algum envolvimento de Gabriela Anelli ou do amigo que estava com ela no dia, Felipe explica que a polícia também investiga isso e que estão sendo levantadas as imagens do ocorrido.
“A gente espera que ele seja preso, até porque também não sabemos o que de fato aconteceu. Se houve um desentendimento ou se ela teve algum envolvimento (na confusão). Está na mão da delegada responsável pelo caso. Eles estão reconstituindo a cena. Aguardamos a análise deles, a família espera que essa pessoa seja presa pelo crime”, explica Felipe Anelli.
No dia 12 de julho, a Justiça de São Paulo revogou a prisão de Leonardo Santiago. Ele havia sido indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso consumado. A investigação aponta ao menos 10 pessoas envolvidas na confusão, entre elas, um homem de barba, que de acordo com as imagens, foi o autor do ataque que resultou na morte da torcedora.
“A gente tem acompanhado essa imagem, um homem de barba, que pega a garrafa e faz o arremesso, não tenho muito detalhes do que pode ser. A polícia está analisando todas as imagens de quem realmente atacou minha irmã, é um pouco difícil. Na análise eles podem encontrar mais pessoas de fato, eu acredito que é complexo, são muitas imagens, a gente tem a expectativa deles encontrarem, a cada dia eles vão evoluindo um pouco, encontrando mais suspeitos”, conta o irmão da torcedora, que afirma não ter tanto detalhes do primeiro suspeito que foi preso após a confusão.
Ao Meionorte.com, Felipe Anelli ainda relatou que não sabe se o amigo de Gabriela, que estava com a jovem, depôs, e se ele tem algum envolvimento no início da confusão. O irmão da vítima, que reside em Curitiba, vai a São Paulo neste fim de semana para acompanhar de perto as investigações.
“Eu sei que ela estava com amigo dela no dia, eu sendo sincero, não sei sobre ele. Acredito que deve ter ido prestar depoimento, mas não sei o que informou. Não cheguei perguntar, nem sei o nome do rapaz. Eu vou para São Paulo no sábado, resido em Curitiba, para tratar sobre esse assunto. Estamos sensíveis, estou me recuperando, a gente procura confortar uns aos outros”, completa Felipe Anelli.
HOMEM DE BARBA: POSSÍVEL AUTOR DO ATAQUE
A Polícia Civil de São Paulo tem uma ferramenta de investigação de reconhecimento facial, que está auxiliando na identificação dos demais envolvidos. Dentre estes, há o homem de barba, com camiseta branca, que também foi flagrado em um dos vídeos atirando o objeto contra Gabriela, fato este pontuado pela magistrada e pelo irmão da vítima.
"A pessoa que arremessou a garrafa contra os torcedores palmeirenses trata-se de um homem que possui barba, sendo, portanto, fisicamente diferente do autuado, além de vestir camisa clara, diversa da camisa do time do Flamengo que o autuado vestia quando foi preso (...) Tudo indica que a garrafa foi arremessada por outra pessoa que não o autuado, o que enseja a imediata revogação de sua prisão preventiva, com o prosseguimento das investigações para que o verdadeiro autor seja identificado, bem como para que eventual participação do autuado seja apurada”, diz o trecho da justificação da magistrada Marcela Raia de Sant’Anna, da 5ª Vara do Júri.