A Divisão de Homicídios (DH) investiga a morte do jovem Conrado Chaves da Paz, 19 anos, encontrado morto por volta das 5h30m deste domingo na Avenida Chile, altura do número 500, no Centro do Rio. Conrado foi atingido por uma facada no peito.
De acordo com o irmão gêmeo do rapaz, Caio Chaves da Paz, por volta das 21h30m de ontem Conrado disse que iria se encontrar com amigos do seu antigo emprego e que não dormiria em casa.
- Ele disse que ia para uma festa com os amigos e depois ia dormir na casa de um deles, para não ter que voltar para Realengo de madrugada, onde nós moramos - disse Caio, muito abalado. Segundo a família, era costume Conrado dormir na casa de amigos nos finais de semana.
- Meu irmão era muito gente boa, companheiro e um grande amigo. Nós tínhamos gostos diferentes, mas eu me enxergava muito nele. Parace que foi um pedaço de mim embora.
De acordo com o delegado adjunto da Divisão de Homicídios, Clemente Braune, há chance de o crime ter sido latrocínio, roubo seguido de morte. Equipes da polícia estão nas ruas em busca de imagens de segurança da região que possam ajudar a desvendar o crime.
Até a tarde deste domingo, quatro testemunhas já tinham sido ouvidas: dois moradores de rua, que informaram o crime à polícia, um policial militar e um homem que passava pelo local. Em depoimento, todos disseram que aquela região do Centro do Rio tornou-se um reduto de usuários de crack, que roubam e ameaçam a população com faca, estilete e objetos cortantes.
Ainda esta semana, a polícia pretende ouvir a família e os amigos que estavam com o Conrado na festa.
Muito abalado, o pai do rapaz, Jorge Bonfim, de 64 anos, disse que, segundo a polícia, seu filho foi morto enquanto comia cachorro quente.
- Ele era um filho maravilhoso. Um garoto simples, flamenguista doente. Se pudesse dizer mais alguma coisa para ele, diria que o amava muito. Teria dito isso mais vezes - contou o pai, que estranhou o fato do filho não ter mandando mensagem ao chegar na casa do amigo onde passaria a noite.
O vizinho da família Marcos Matheus, de 56 anos, conviveu com Conrado desde que ele nasceu.
- Eu vi os gêmeos na barriga da mãe. Dei banho e sempre tratei ambos como se fossem meus filhos. Estou anestesiado, é uma dor insuportável.
Nesta quinta-feira, 5, Conrado começaria a trabalhar em uma loja de roupas em Madureira e tinha dois grandes sonhos: fazer um curso de mergulho e entrar para a faculdade de nutrição.