Isolamento no fórum foi como uma prisão, diz mãe de Isabella

A intenção da defesa era colocar o casal e a mãe de Isabella frente a frente durante o processo e, para isso, ela teria de ficar isolada

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A bancária Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, afirmou neste sábado que o isolamento por três dias no Fórum de Santana foi como uma prisão e uma forma de "crueldade". Os advogados de defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, condenados pela morte da menina em 2008, pediram a reclusão de Ana Carolina na última segunda-feira, logo após seu testemunho.

A intenção da defesa era colocar o casal e a mãe de Isabella frente a frente durante o processo e, para isso, ela teria de ficar isolada, sem tomar conhecimento dos rumos do júri popular. Os advogados desistiram na manhã da quinta-feira. De acordo com Ana Carolina, o quarto em que ela passou três noites era pequeno e muito quente, embora um ventilador circulasse o ar.

"Foi o processo da morte da minha filha, que eu não pude acompanhar. Achei uma maneira cruel eu não estar lá. Era como uma prisão. Era um momento em que eu precisava da minha família, mas fui ver minha mãe novamente só na quinta-feira. Foi bastante difícil. Tudo acontecia e eu não sabia nada", afirmou.

Segundo ela, não teria problema em fazer uma acareação, mas os dias de isolamento a deixaram abalada. Ana Carolina relata que foi algumas vezes à enfermaria do fórum para medir a pressão. "Eu tenho uma verdade comigo, não tinha problema nenhum em fazer uma acareação, mas o lugar era muito abafado e quente", disse.

Ao falar pela primeira vez com a imprensa após a condenação de Alexandre Nardoni a 31 anos de prisão e Anna Carolina Jatobá a 26 anos pela morte de Isabella, a mãe da menina disse até que sonhou com o quarto do fórum, depois que saiu de lá. "Suava frio, quase entrei em desespero", afirmou em frente ao prédio onde mora atualmente com os pais, na zona norte de São Paulo.

O caso

Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.

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