Já condenado a penas que chegam a 221 anos de prisão, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, pode, se condenado em outros dois júris populares, ter sentenças que somadas cheguem a 371 anos de cadeia. Um dos júris a que será submetido é pelo assassinato de cinco pessoas, entre elas o também traficante Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, morto carbonizado durante uma rebelião, em Bangu 1, em 2002.
Por cada assassinato, Beira-Mar pode ser condenado a até 30 anos de prisão. Os julgamentos pelas mortes ainda não foram marcados. No processo da morte de Uê, da 1ª Vara Criminal da Capital, o ele ainda recorre da decisão, de 2002, que determinou que ele vá a júri popular. Outros cinco criminosos também respondem pelo crime de homicídio qualificado.
Na outra ação, Beira-Mar é acusado de ter ordenado, por telefone, em 1999, a morte de um jovem que teve um caso com uma de suas namoradas. O processo, no qual é acusado de homicídio triplamente qualificado, corria em Duque de Caxias, mas o juiz Paulo Rodolfo Maximiliano de Gomes Tostes, da 4ª Vara Criminal do município, pediu, em 2011, que a ação fosse encaminhada à capital, pelo temor das testemunhas e jurados, já que a cidade é reduto de Beira-Mar. Ainda não houve decisão dos desembargadores da 4ª Câmara Criminal para a solicitação, e o júri não pode ser marcado.
Condenação
Na madrugada da última quarta-feira, Beira-Mar foi condenado, no 4º Tribunal do Júri da capital, a 80 anos de prisão, por ter ordenado as mortes de Antônio Alexandre Vieira Nunes, Edinei Thomaz Santos e Adaílton Cardoso de Lima. Apenas o último sobreviveu.
Fora do Rio
Desde setembro de 2012 no Presídio Federal de Catanduvas, Beira-Mar chegou ao Rio na segunda-feira e dormiu duas noites em Bangu 1.
Medo
Assim como o outro processo pelo qual Beira-Mar responde em Caxias, a ação em que foi julgado também foi transferida do município para a capital. Componentes do júri relataram medo de participarem do julgamento.
Novo júri
A defesa do traficante já recorreu da decisão da Justiça. Os advogados vão entrar com pedido para anular o júri, e realizar nova sessão.
Dívida
Além dos problemas na esfera criminal, Beira-Mar ainda responde processo, na Justiça Federal, por ter sido pego na malha fina. Ele tem uma dívida tributária de mais de R$ 14 mil com o Imposto de Renda. A pendência é de 1998.