O zagueiro Breno, ex-São Paulo e Bayern de Munique,foi condenado nesta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão por atear fogo à sua própria casa. O tribunal alemão que julgou o caso considerou que, em setembro do ano passado, o jogador iniciou o incêndio propositalmente e deverá ser detido imediatamente.
"Eu peço desculpas por aquela noite", disse Breno, que estendeu o pedido aos seus familiares. "Não sou um bom modelo. Sou uma pessoa que acredita em Deus e agradeço que ele tenha protegido a minha família. Eu sei de toda a dificuldade do momento, e prometo ao tribunal que não vou fugir deste processo e da minha responsabilidade", emendou o zagueiro, pouco antes da sentença defintiva.
Os juízes avaliaram que o fato dele estar alcoolizado não atenuava o crime. Segundo o jornal Bild, o promotor Nicholas Lanz foi mais longe e disse que Breno não podia ter certeza de que sua mulher e seus filhos estavam fora de casa, o que de fato aconteceu. Por isso, o incêndio causado por ele poderia ter colocado a própria família diretamente em risco. A hipótese de deportação também foi refutada pelos acusadores.
A defesa de Breno queria uma pena de, no máximo, dois anos de prisão, e cogitava até uma simples punição esportiva. "Ele não tem nada além da família e do futebol. Uma prisão fora do Brasil seria o fim da carreira dele", disse o advogado Werner Leitner.
A condenação coloca um fim a uma longa investigação que começou logo após o incidente. Breno estava sozinho em casa quando o incêndio começou e chamou a atenção dos vizinhos. Na chegada do resgate, ele mesmo entregou um isqueiro aos bombeiros, com o qual teria iniciado o fogo.
Na época do incêndio, Breno vivia uma fase complicada. Profissionalmente, voltava de um período de empréstimo ao Nuremberg em que foi pouco utilizado. Pessoalmente, estava tendo uma crise no casamento. Segundo o jornal italiano Corriere dello Sport, os autos do processo revelam que o jogador bebia uma garrafa de uísque por dia.
Como perdeu de roupas a documentos no fogo, Breno passou por momentos difíceis depois do incêndio. Além de ter sido preso, chegou a viver de favor na casa do companheiro de clube Rafinha e, sem passaporte, não pôde voltar ao Brasil para rever familiares.
Até a decisão do juiz, ele ainda fazia planos futebolísticos. Nos últimos meses, tornou-se público o interesse da Lazio pelo jogador. Com a condenação, o futuro de Breno nos gramados também fica em xeque.