Mulher é torturada e estuprada por sogra de seus filhos e namorado

Ela disse que não consegue mais sair de casa ou dormir em paz.

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A jornalista Rosimara Aparecida Dias Domingos, de 43 anos, está em estado de choque. Na última quarta-feira, foi agredida, torturada e estuprada pela sogra dos filhos e o namorado da suspeita dentro da própria casa, na cidade de Dom Cavati, em Minas Gerais - o casal foi preso poucas horas depois, e autuado em flagrante por tentativa de homicídio e estupro. Não consegue mais sair de casa, comer direito ou dormir em paz. As cerca de duas horas de pesadelo que viveu não saem da cabeça, e parecem mais vivas do que nunca.— Sinto medo, pavor. É como se eu não estivesse vivendo. Parece que eu é que fui presa, e não eles. Sinto que vou morrer a qualquer momento. Acordo todas as noites apavorada. Qualquer barulho que ouço, penso que são os dois se aproximando. Eles ainda parecem presentes. Não sei como será a minha vida daqui para a frente — desabafa.

Eram cerca de 2h de quarta-feira quando Efigênia Dias de Moraes Barros, de 41 anos, e o namorado, Julimar Custódio de Oliveira, de 32 anos, apareceram na casa de Rosimara. Segundo a jornalista, Efigênia disse que precisava falar sobre algo relacionado aos dois genros - seus filhos, de 21 e 22 anos, são casados com as filhas da suspeita.

Como de costume, Rosimara a recebeu e começou a preparar um café para a mulher. Foi quando algo inesperado aconteceu.— Eu costumava emprestar a ela cheques em branco para que deixasse como garantia em um açougue, onde comprava fiado. Ela disse que me devolveria até o dia 30, o que não aconteceu. Então fui até o açougue saber se estava lá. E não estava. Fiquei intrigada, onde poderia estar? Mas deixei para lá, pois ela era praticamente da família, e imaginei que fosse me devolver. Ela soube disso, e, enquanto preparava o café, me questionou sobre isso.

Disse que eu a havia desmoralizado no açougue. Foi quando ela me deu um tapa no rosto e disse que iria “acertar as contas” comigo — relata.Dali em diante, Rosimara ficou sob poder do casal. A jornalista conta que tentava se justificar, mas que recebia em troca tapas e socos. Segundo ela, após as primeiras agressões, os dois a arrastaram até o quarto, onde foi abusada sexualmente sob a mira de uma faca.— Eles tiraram a minha roupa e começaram a me t

ocar. Diziam que “a brincadeira estava só começando”. Sempre que resistia, levava tapas e socos. Ela dizia que ia me matar a todo momento — lembra.Quando a agressora foi até o quarto ao lado desligar o telefone de Rosimara, que tocava insistentemente, a jornalista viu ali uma oportunidade de fugir. Desceu correndo as escadas e foi até o meio da rua pedir ajuda.

Porém, acabou arrastada de volta para casa, onde foi submetida a outras agressões.— Ela disse que a brincadeira ficaria diferente, e começou a arrastar a faca pelo meu corpo, pescoço, rosto. Eu implorava para ela não me matar, para pensar em nossos netos. Mas ela retribuía com socos, e dizia que estava com muita raiva de mim. Até que me levou para debaixo do chuveiro, pois estava muito ensanguentada, e disse que me mataria no banheiro. E mandou o namorado amolar a faca — conta.

No fim das contas, o casal mudou os planos e acabou fugindo em um carro. Quando Rosimara percebeu que a casa estava vazia, desceu as escadas correndo, trancou a porta e ligou desesperada para a família. Vinte minutos depois, a irmã chegou e a levou até um pronto-socorro do município de Inhapim e, em seguida, para o quartel da Polícia Militar. Rosimara conta que teve um pequeno coágulo de sangue na parte frontal do cérebro, uma fratura na face - acima do olho - e que levou pontos no braço.Por volta das 6h, os suspeitos foram presos pela polícia em casa, e levados até a delegacia da cidade. Efigênia e Julimar estão presos no Presídio de Inhapim. Segundo a polícia, Efigênia confessou o crime.

A Polícia Civil informou que as motivações do crime estão em investigação, e que testemunhas serão ouvidas sobre o caso. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Caratinga.— Tenho medo de que eles sejam soltos, pois são réus primários. Só vou ficar tranquila quando forem condenados — desabafa.

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