
Um homem foi agredido a socos e executado por dois policiais militares durante uma abordagem no último sábado em Barueri (SP). A vítima, Lucas Almeida de Lima, de 26 anos, estava consertando a parte elétrica de um carro a pedido de um amigo, quando uma viatura da Polícia Militar parou e começou a discussão. O crime foi registrado por testemunhas.
COMO ACONTECEU?
Em depoimento, os policiais relataram que acharam a atitude suspeita e, ao se aproximarem, Lucas começou a correr. Nas imagens gravadas, é possível ver que um dos PMs imobilizou Lucas, segurando-o pelos braços, enquanto o outro agente desferiu diversos socos e um chute na região do estômago.
Em determinado momento, Lucas segurou a arma de um dos agentes, e o outro policial efetuou três disparos contra ele. O jovem ainda chegou a ser socorrido. Os agentes alegaram que a vítima resistiu à abordagem.
No entanto, o dono do veículo afirmou que Lucas apenas o ajudava com um problema elétrico no carro e que, ao ver a viatura, correu e pulou um muro sem motivo aparente. Ele ainda disse que "Lucas trabalhava normalmente e que não tinha nenhum tipo de envolvimento com o crime".
O QUE SE SABE?
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os policiais foram afastados de suas funções.
[Era] um menino ótimo, não merecia isso não. Fizeram de maldade, uns covardes [...] O Lucas não estava armado, não ameaçava eles em nada. Ele só resistiu porque ficou com medo de o levarem. Ficou com pavor, explicou Edileusa Almeida Oliveira Lima, mãe de Lucas, à TV Globo.
O que diz a SSP
"A Polícia Militar apura os fatos por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) e destaca que os policiais militares foram afastados enquanto os procedimentos operacionais são analisados. A Polícia Civil também investiga a ocorrência por meio de um inquérito instaurado pela delegacia de Barueri.
A Polícia Militar ressalta que é uma instituição legalista e, constatada qualquer irregularidade, todas as medidas cabíveis serão adotadas.
A PM é uma instituição legalista e não compactua com desvios de conduta de seus agentes. A atual gestão investe em formação contínua do efetivo, capacitações práticas e teóricas, e na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo. Além disso, comissões realizam a análise das ocorrências para os ajustes dos procedimentos operacionais, sempre que necessário, bem como à orientação da tropa durante as instruções e treinamentos promovidos regularmente nas unidades policiais em todo o Estado. Aqueles que infringem a lei e desobedecem seus protocolos recebem punição exemplarmente.
Prova disso é que, desde o início da gestão, 295 policiais militares foram demitidos ou expulsos, resultado do fortalecimento do trabalho disciplinar. Todos os casos dessa natureza são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, além do Ministério Público e do Poder Judiciário. Em janeiro deste ano as mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP) caíram de 59 para 38 casos (somando agentes em serviço e de folga), em comparação ao mesmo período do ano anterior, revertendo a alta apresentada nos últimos meses."