Jovem é detido por mensagens de cunho racial pelo Whatsapp

Acusado chamou a vítima de “preto fedido” e “preto desgraçado”

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Um jovem de 24 anos, que não teve a identidade revelada, foi detido suspeito de injúria racial em Morrinhos, no sul goiano, nesta quarta-feira (10). O delegado Fabiano Jacomelis, responsável pelo caso, relatou que o rapaz ofendeu outro jovem, de 26 anos, por meio de áudios chamando a vítima de “preto fedido”, “preto desgraçado” e até fazendo comparações com um macaco. O investigado pagou fiança e foi liberado.

Segundo Jacomelis, suspeito e vítima faziam parte de um mesmo grupo e começaram a discutir sobre camisas de time de futebol, quando o detido começou a fazer ofensas de cunho racial. “O autor começa a ofender ele [vítima] sempre nesse sentido, usando a questão racial para ofendê-lo. Ele chega ao ponto de imitar um macaco”, afirmou.

Cinco áudios mostram as ofensas de cunho racial divulgadas no grupo:“Tomar no seu c***, preto filho de uma p***, volta para a senzala, otário”, “Preto desgraçado, tinha que estar em uma senzala apanhando de chicote”, “Tem que voltar para senzala e tomar um banho, preto fedido. Tem que apanhar e muito nessa cara preta sua, seu preto fedido. Preto, macaco”“Uh, uh, ah, ah, uh, uh, ah. Macaco”“Macaco, macaco. Chiclete de onça”

DEFESA

Ainda conforme o delegado, ao ser abordado por policiais civis, o suspeito alegou que estava de cabeça quente e se arrependeu. Se for condenado, ele pode ficar preso por até quatro anos, já que as ofensas ocorreram em meio a várias pessoas.

Procurado, o advogado do detido, Robson Neves Canedo, informou que o suspeito também é negro e que conhece a vítima há anos. Ele afirmou que a conversa ocorreu por causa da intimidade entre os dois.

“O acusado e a suposta vítima fazem parte de um grupo de Whatsapp criado entre jogadores de futebol amadores e são amigos desde a infância. Tais áudios foram gravados em decorrência da liberdade que ambos possuíam um com o outro, haja vista o tempo de amizade”, afirmou.

O defensor ressaltou que “as agressões verbais foram recíprocas, haja vista, em outra oportunidade, o acusado também ter sido vítima de ofensas por parte do amigo”, pontuou.

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