A jovem Renata Cristina Barreto Soares, de 21 anos, que mora na capital paulista, foi presa por ordem da polícia em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Ela não cometeu crime nenhum, mas tem o mesmo nome de uma mulher acusada de assassinato.
Em julho deste ano, policiais bateram na porta da casa dela. ?Primeiro, eu achei que era mentira. Eu não tinha feito nada, não estava devendo?, contou. Renata é branca, tem cabelos lisos e mora em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo.
Ela foi confundida com uma mulher de 30 anos acusada pelo assassinato de um professor em Ubatuba, em agosto do ano passado. A mulher procurada pela polícia é morena e tem cabelos crespos. O motivo da confusão: as duas têm o mesmo nome. Renata foi levada para uma sala da divisão de capturas. Ela chorava muito e dizia que era inocente.
O comportamento dela chamou a atenção de uma escrivã, que resolveu checar as informações sobre a verdadeira suspeita. Foi constatado que a polícia em Ubatuba pediu a prisão da pessoa errada. ?Quando eu conversei com os chefe dos escrivães de Ubatuba, foi verificado que teria lá uma carteira de habilitação provavelmente da verdadeira responsável pelo latrocínio. Inclusive ele disse: ?houve realmente um engano da nossa parte??, contou a escrivã.
No alvará de soltura, a juíza reconhece que houve um equívoco. O documento é usado pela jovem para provar sua inocência. Até esta quinta-feira (27), o nome dela ainda consta na lista de pessoas com antecedente criminal. ?Quando dirijo fico com medo de pegar algum comando, alguma coisa e constar alguma coisa. Então o alvará é um modo de provar que não fui eu, que eu não fiz nada. Se tiver alguma coisa no meu nome, aí mostro o alvará que não tem nada, que lá prova que foi um equívoco?, contou.
A Secretaria da Segurança Pública informou que o registro de Renata não consta mais entre os dos envolvidos em crimes, mas ela ainda se preocupa com as consequências da prisão, apesar de ter sido liberada no mesmo dia.