O laudo necroscópico do Itep (Instituto Técnico Científico de Polícia do Rio Grande do Norte) feito no corpo da jovem Clara Rubianny Ferreira, 26, apontou que ela foi assassinada. Segundo o laudo assinado pelo médico legista Cícero Tibério, a jovem foi estrangulada com um pedaço de fio no pescoço.
Clara foi encontrada morta em um apartamento em Natal, no dia 22 de julho deste ano. O corpo estava enrolado em lençóis e sacos plásticos em um quarto com o ar-condicionado ligado. Segundo a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) da zona sul, o aparelho de ar-condicionado estava ligado para conservar o corpo, que seria esquartejado para facilitar a ocultação do cadáver.
O corpo da jovem foi encontrado em estado de decomposição pela PM (Polícia Militar) no apartamento do empresário paulista Eugênio Becegato Júnior, localizado no bairro da Ponta Negra, zona sul de Natal, após vizinhos acionarem a polícia devido ao mau cheiro. Clara era natural de Caruaru (138 km do Recife), e o corpo dela foi reconhecido pela família devido a uma tatuagem na perna.
O empresário Eugênio Becegato Júnior, de Ribeirão Preto (318 km de São Paulo), é suspeito pelo assassinato. Ele foi preso em uma barreira da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-116, perto de Vitória da Conquista (517 km de Salvador), um dia após a polícia do Rio Grande do Norte encontrar o corpo da jovem. Becegato Júnior está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Natal, após ser decretada a prisão temporária dele por 30 dias.
Espanhol e inglês fluentemente
Segundo a delegada da Deam, Karen Lopes, o suspeito manteve-se calado durante as vezes que foi interrogado pela polícia. Beacegato foi preso após o serviço de inteligência da PM descobrir que ele estava em um ônibus com destino a Belo Horizonte. A PRF da Bahia foi avisada e armou uma barreira para capturar o suspeito. Ele foi transferido para o Rio Grande do Norte no dia 24 de julho.
A delegada informou que a polícia encontrou no apartamento evidência de uso de drogas, e os vizinhos relataram ter escutado barulhos de uma briga do apartamento do empresário. A família de Clara nega que ela seria garota de programa. O pai dela, José Ferreira da Silva, disse que a jovem morou por dez anos nos Estados Unidos e estava no Brasil havia cinco anos.
Segundo ele, a jovem pretendia voltar a morar na América do Norte em breve. "Ela não precisava se prostituir, pois trabalhava nos ajudando na loja de informática que temos. Minha filha tinha estudos. O tempo que passou nos Estados Unidos ela estudou e trabalhou", disse Silva, destacando que Clara falava inglês e espanhol fluentemente.