A bancária Talita Juliane Peixoto Paiva, de 24 anos, morta a marteladas na madrugada de terça-feira, mudou radicalmente seu comportamento há pouco mais de dois anos, após o início do relacionamento com o marido, apontado pela Divisão de Homicídios como autor do crime. Uma vizinha do casal, que preferiu não se identificar, contou que o analista de sistemas Mario Henrique Rodrigues Lopes, de 28 anos, era ciumento e possessivo.
- A Talita já morava aqui no prédio antes de o marido vir pra cá, e nessa época ela era outra pessoa. Depois que passou a se relacionar com Mario, mudou totalmente. Antes, era carinhosa, falava com todo mundo, tinha vários amigos. Quando estava com ele, mal falava com as pessoas. E ele era muito esquisito. Não cumprimentava ninguém. Estamos revoltados - desabafa.
Divergências
De acordo com o delegado Alan Duarte, da Divisão de Homicídios (DH), os depoimentos dos vizinhos, que contam sobre a mudança da jovem, divergem dos relatos dos familiares do casal, que não perceberam desmonstrações de ciúmes de Mario, ou atitudes diferentes de Talita. Uma prima dela, no entanto, conta que a jovem relatou que o marido era ciumento.
- Talita só comentou sobre isso uma vez, e não gostava de falar sobre o assunto porque a mãe tem problemas de saúde, e ela não queria deixá-la nervosa - revela Ana Kelly.
Preso transtornado, Mario estava internado sob custódia no setor de psiquiatria do Hospital Lourenço Jorge, mas foi transferido nessa quinta-feira para uma clínica psiquiátrica. Ainda segundo Ana Kelly, ele parece não saber da morte da mulher, e fica o tempo todo chamando por ela. A Divisão de Homicídios, que investiga o caso, ainda não conseguiu conseguiu interrogar Mario, por causa do estado psicológico dele.
O delegado Alan Duarte diz já ter certeza de que foi Mario quem matou a mulher, mas a polícia investiga se Mario sofreu um surto psicótico (como está aparentando) antes ou depois de cometer o crime; ou até mesmo se ele estaria simulando estar passando por essa crise após matar a mulher.
O crime
Recentemente, Talita trocou mensagens com uma amiga, e relatou que o marido estava "com um comportamento esquisito, tipo esquizofrenia", e que estaria possuído. Ela ainda falou sobre um suposto "trabalho de feitiçaria" que teria sido feito contra o rapaz. A jovem foi morta a marteladas, na madrugada da última terça-feira, no apartamento onde morava, em Vila Isabel. Os vizinhos chegaram a ouvir gritos da jovem pedindo socorro, após uma intensa briga com o marido, com quem estava casada há menos de um mês. Talita Juliane foi enterrada na última quarta-feira, no Cemitério do Catumbi.