Na noite de ontem, quinta-feira (15), o estudante da Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo, Gabriel Valareto, de 20 anos, foi indiciado pelas autoridades depois de uma acusação de que estaria gravando alunas no banheiro da insituição. Gabriel foi solto na tarde de hoje, sexta-feira (16), após uma audiência de custódia. O jovem foi liberado após pagar fiança no valor de dois salários mínimos, equivalente a R$ 2.640. A Justiça deu liberdade provisória com aplicação de medidas específicas que o mesmo deve cumprir.
O rapaz indiciado está proibido de tentar manter algum tipo de contato com as vítimas, por qualquer meio de comunicação ou por terceiros, estando sob pena de revogação do benefício e imediato retorno ao encarceramento. Em depoimento ao portal UOL, a advogada de Gabriel, Camila Casco, comemorou a soltura do cliente e explicou que "seguirá aguardando a conclusão da perícia a ser realizada no aparelho de celular, bem como as demais questões processuais", concluiu.
As medidas que foram impostas ao estudante também incluem que o mesmo compareça a cada dois meses à delegacia para informar e justificar suas atividades; terá a obrigação de manter o endereço sempre atualizado na vara competente e em caso de alteração também; e a proibição de viajar para lugares fora da fronteira da cidade por mais de oito dias, sem que a Justiça seja comunicada.
Após as investigações e denúncias, o estudante também foi proibido de frequentar o banheiro, que é compartilhado "Para Todos" na Universidade Anhembi Morumbi, localizado no campus Mooca, "caso a instituição lhe permita continuar a frequentar o curso", afirma nota publicada pela instituição. O estudante de quiropraxia foi flagrado por uma aluna que frequentava o banheiro, registrando as cenas neste local.
Segundo informações do boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, no dia do ocorrido, a amiga de uma das vítimas, que a esperava dentro do banheiro de uso compartilhado, do lado de fora dos boxes, percebeu que havia uma mão com um celular apontado para o box em que sua amiga se encontrava e confrontou o suspeito. Em seu depoimento, Gabriel Valareto negou que estivesse gravando a vítima, mas após a amiga ter tomado o celular da mão dele, as jovens perceberam que em seu aparelho haviam diversos vídeos de partes íntimas de pelo menos 15 outras mulheres dentro dos boxes da instituição.
Em entrevista à TV Globo, a jovem, emocionada, relatou o momento do ocorrido.
"Minha amiga se deparou com o celular atrás do vaso, por baixo da outra cabine, me filmando por trás. Se eu estivesse sozinha, jamais teria visto a câmera. Ela perguntou para ele por que ele estava fazendo aquilo. Ele escondeu o celular no bolso, ela pediu que ele apagasse as fotos. Fiquei muito nervosa, não conseguia falar nada, só conseguia chorar”, relata a jovem que não quis ser identificada.
Em nota a Universidade Anhembi Morumbi afirmou repudiar "toda e qualquer conduta contrária às normas legais e da própria Instituição". A instituição informou também estarem adotando providências cabíveis internamente e junto às autoridades competentes acerca do caso, além de se colocarem à disposição para ajudar na apuração dos fatos.