A jovem que confessou ter matado o namorado num motel, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, se entregou à polícia no final da manhã desta segunda-feira (16), na 77ª DP (Icaraí). Ela chegou à delegacia com os cabelos um pouco mais escuros. A vítima, um empresário de 33 anos, foi encontrada enforcada na madrugada de sábado (14). Em depoimento à polícia, a jovem teria confessado o crime, mas alegou que agiu em legítima defesa após uma tentativa de estupro.
Segundo o advogado de defesa da jovem, Rodolfo Tompson, ela tem problemas mentais. "Estamos tratando de uma pessoa enferma. Ela toma mais de dez medicamentos controlados. Não é tese de defesa. Nós estamos lidando com uma pessoa que tem graves problemas mentais".
O corpo do empresário foi enterrado no domingo (15) no Cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo.
Perfil em rede social
Durante as investigações, a polícia descobriu que a jovem mantinha perfil em redes sociais e seguia comunidades como ?Desista você perdeu ele para mim", "Profile de gente morta?e "As máscaras sempre caem".
Durante as investigações, a polícia descobriu que a jovem mantinha perfil em redes sociais e seguia comunidades como ?Desista você perdeu ele para mim", "Profile de gente morta?e "As máscaras sempre caem".
De acordo com a polícia, o casal teria chegado ao motel por volta das 2h de sábado. Antes de chegar ao local, segundo relato da jovem, eles teriam ido até uma comunidade para comprar cocaína e maconha. Na versão da suspeita, só o namorado teria usado drogas. Já no motel, a jovem contou que ele teria tentado estuprá-la, e para impedi-lo, ela o teria empurrado e ele caiu no chão. Segundo a polícia, a jovem disse que o empresário não teria conseguido levantar, e num acesso de raiva, ela teria pego o cinto do rapaz e tentado enforcá-lo. Após constatar que saía sangue pela boca dele, ela percebeu que algo grave tinha acontecido.
Polícia investiga ameaças e crime premeditado
A família e os amigos contam que a suspeitam já tinha feito ameaças contra o empresário. Antes do crime, ela teria ligado várias para o celular dele para marcar um encontro. A jovem estaria inconformada porque o empresário teria saído com outra mulher. "Ela só vivia ameaçando ele, direto. Ela dizia "eu conheço muita gente, eu conheço bandido, conheço polícia", explica um homem que não quis se identificar. Outra mulher relata que a suspeita ligou vezes para a vítima. "Ela ligou pra ele na sexta-feira a tarde inteira, dizendo que se ele não fosse dela, não seria de ninguém".
Segundo a família, os telefonemas constantes da suspeita para o empresário foram o motivo da separação do casal.
A delegada que investiga o crime, Juliana Rattes, da 77ª DP (Icaraí), investiga se o crime foi premeditado. "A gente encontrou já diversas contradições, no depoimento dela, e contradições também com o que o perito do local também me informou. Se de fato a versão da família da vítima for verdadeira, a gente vai ter que considerar que ela foi realmente muito dissimulada", explica a delegada.
A Justiça decretou a prisão temporária da suspeita. Ela foi indiciada por homicídio qualificado por motivo fútil e tentativa de ocultação de cadáver, já que após enforcar o empresário, ela teria tentado arrastar o corpo para a garagem do motel, mas não teria conseguido.
A investigação aponta que a suspeita pagou a conta do motel e foi embora usando o carro do namorado. Ao chegar em casa, ela teria contado a história para a irmã, que é advogada. A irmã então, ligou para o motel perguntando se alguém havia socorrido o empresário. O estabelecimento chamou a polícia, e os agentes conseguiram localizar a jovem suspeita do crime.
Drogas no carro
Segundo a polícia, já na delegacia, a jovem alegou que sofria de síndrome do pânico e que faria uso de medicamentos controlados. A polícia informou que, segundo relatos da família da vítima, a jovem seria amante do empresário e teria sido pivô da separação dele.
Além do laudo pericial, a polícia deve ouvir outros parentes da vítima, para entender a relação dos dois. No carro do empresário, segundo agentes, foram encontrados resto de um cigarro de maconha e pó branco.