A família da jovem Juliane Lima Barbosa, de 20 anos - que foi queimada pelo companheiro com água fervente durante uma discussão no sábado (16) - diz estar inconformada. O suspeito foi solto após prestar depoimento na segunda (18), em Presidente Figueiredo, a 107 km de Manaus. De acordo com o pai da vítima, Daniel Barbosa, a filha está traumatizada e não consegue dormir.
Segundo Barbosa, a versão contata pelo suspeito em depoimento à polícia é falsa. O homem disse que agiu em legítima defesa, após ter sido ameaçado com uma faca por Juliane. Entretanto, a família diz que a agressão foi motivada por ciúmes.
"Ele havia recebido uma mensagem dizendo que viu a minha filha na rua e chegou em casa indignado. Ela acordou com ele puxando ela pelos cabelos e os dois começaram a discutir, ele sempre a acusando de ter saído de noite, porque era ciumento", disse Barbosa.
A vítima disse à família que a panela com água quente estava embaixo da cama e que, em certo momento da discussão, ele pegou o objeto e despejou a água quente sobre Juliane.
"A mãe dele deixou ele fugir sem prestar socorro. A minha filha ficou trancada na casa e eles [pais] ficaram tentando amenizar a situação, pedindo pra ela não denunciar. Até colocaram ela debaixo do chuveiro por conta das queimaduras", disse o pai.
Juliane foi encaminhada a um hospital no município apenas duas horas após a discussão. A família informou que ela teve queimaduras de segundo e primeiro grau e foi encaminhada ao Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus. Ela já recebeu alta.
O suspeito foi liberado pela Polícia Civil após se entregar e prestar depoimento nesta segunda-feira (18), na sede da 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP).
A família afirmou que pretende protestar contra a decisão policial. "Ela está muito traumatizada, não consegue dormir. A minha filha não merece isso, ela nunca machucaria ninguém. Eu não vou desistir enquanto ele não estiver preso", completou Barbosa.
Segundo o delegado Valdnei Antônio Silva, a prisão preventiva do suspeito não foi decretada pois ainda não há elementos suficientes para a decisão, que pode ser tomada após o depoimento formal da vítima na delegacia.