O juiz da Vara da Infância e Juventude da comarca de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, determinou a internação provisória, pelo período de cinco dias, do adolescente J.L.L.R., 17 anos, envolvido no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno do flamengo, com quem teria um filho de 4 meses. O jovem, de acordo com a polícia, estaria em situação de risco de vida.
Foi decretada, nesta quarta-feira, a prisão preventiva do goleiro e de seu amigo Macarrão, depois que o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa ouviu o depoimento do adolescente. Ele teria confirmado que deu uma coronhada em Eliza, que estava com o bebê de 4 meses, no veículo, no dia 5 de junho. Ele e Macarrão teriam buscado Eliza em um hotel na Barra, no Rio, e a levado para Minas Gerais. Na manha de hoje, o jovem foi levado para Minas Gerais, onde ajudou a polícia nas buscas pelo corpo de Eliza.
Para agredir Eliza, o jovem teria usado uma arma de Macarrão. Eliza não teria morrido pela coronhada, mas o rapaz não soube explicar as circunstâncias do óbito. A apreensão do adolescente ocorreu depois que a polícia recebeu uma denúncia de um tio do menor para uma rádio, dizendo que ele estava escondido na casa de Bruno, no Recreio. Ao ouvir o relato, a polícia de Minas entrou em contato imediatamente com a Delegacia de Homicídios, que conseguiu apreender o menor.
De acordo com o tio, a jovem teria sido enganada por Macarrão e levada para um "passeio de carro". O adolescente estaria escondido no banco de trás do Land Rover do atleta.
A testemunha disse que ouviu do adolescente que Bruno pagou R$ 3 mil para um homem chamado Cleiton entregar o corpo a um traficante e sumir com o cadáver. "A menina foi desossada ali. Está enterrada, o garoto sabe e a hora que pressionarem ele conta tudo. Eles enterraram os ossos da garota e concretaram tudo", disse o motorista.
O pedido de internação foi feito por policiais da Delegacia Especializada em Investigação de Homicídios de Contagem (MG), que alegaram que o adolescente poderia "vir a ser eliminado" para impedir a conclusão das investigações do suposto homicídio de Eliza, conduzido pela polícia mineira.
Segundo a determinação do juiz Elias Charbil Abdou Obeid, o adolescente deverá ser encaminhado à comarca de Contagem, ficando sob a responsabilidade da Delegacia de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad). O juiz determinou ainda que a polícia apresente o menor, imediatamente, ao representante do Ministério Público da Vara da Infância e Juventude de Contagem.
O caso
Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade.
Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. A atual mulher do goleiro, Dayane Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayane Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.
O goleiro do Flamengo e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.