O governo da Islândia negou o refúgio político solicitado pelo ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos, 61, detido na Islândia desde 13 de agosto ao tentar entrar no país com o passaporte do irmão, e autorizou sua extradição ao Brasil.
Entenda o caso que envolve Hosmany Ramos
A informação foi confirmada nesta terça-feira pela assessoria de imprensa do Ministério da Justiça. O ministério disse ter recebido um comunicado da embaixada brasileira em Oslo, na Noruega, que representa o Brasil na Islândia, informando a decisão. Agora as autoridades aguardam um documento oficial da Islândia com mais detalhes e a data da viagem.
O advogado Marco Antônio Arantes de Paiva, que defende Hosmany, afirma que ainda não teve acesso à decisão, última sexta-feira. Ele disse, no entanto, que há um recurso apresentado pelos defensores do ex-cirurgião na Islândia --o teor e o andamento não foram confirmados.
Após ser preso, Hosmany disse que deixaria a prisão pois a Justiça islandesa havia negado o pedido de extradição feito pelo Ministério da Justiça. Na ocasião, porém, a informação foi negada pela pasta.
Em novembro último, a coluna Mônica Bergamo, da Folha, revelou que Hosmany poderia retornar voluntariamente ao Brasil, contanto que cumprisse o restante da pena no Estado do Tocantins --onde mora sua mãe--, e não em São Paulo.
Hosmany atuou como médico durante 12 anos. Nos anos 80, envolveu-se com roubo de carros e joias, tráfico, contrabando e respondeu a acusações de assassinatos --crimes que renderam-lhe condenações de 47 anos de prisão.
Prisão
Considerado foragido da Justiça brasileira desde janeiro deste ano, Hosmany Ramos foi preso na Islândia ao tentar entrar no país com o passaporte do irmão. O governo brasileiro enviou à polícia islandesa uma cópia do mandado de prisão e pediu a extradição do médico.
Ramos cumpria o regime semiaberto na Penitenciária de Valparaíso (SP) e foi liberado da cadeia na chamada saída temporária do final de ano, para passar as festas com familiares.
Ele deveria ter se reapresentado no dia 3 de janeiro, mas antes disso anunciou que não voltaria à prisão e que talvez fugisse do país.
Após a fuga de janeiro, Hosmany passou uma temporada na casa do filho na Noruega. Ele disse que vivia na Europa com o dinheiro dos direitos autorais de seus livros.