A juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, da 1ª Vara do Júri do Rio Grande do Sul, aceitou, na noite desta quinta-feira (3), o pedido da defesa e manteve internado, sob custódia, no Hospital Parque Belém, em Porto Alegre, o funcionário público Ricardo Neis, que atropelou ciclistas em rua da cidade na sexta-feira (25).
Segundo informações do Tribunal de Justiça do estado, a Polícia Civil havia pedido a transferência para o Instituto Psiquiátrico Forense (IPF). A magistrada pediu avaliação do instituto sobre a viabilização da transferência para o local ou a um estabelecimento prisional.
Segundo a decisão da juíza, dois atestados firmados por médicos do Hospital Parque Belém prescrevem a necessidade de acompanhamento psiquiátrico, por isso, acreditam que Neis deve permanecer em local onde possa continuar em observação. De acordo com a juíza, foi diagnosticado quadro depressivo, com risco de suicídio, sob cuidados médicos especializados em unidade psiquiátrica fechada, sob cuidado e vigilância contínuos.
Em nenhum dos atestados, houve solicitação ou recomendação expressa dos médicos para transferência de Neis para o Instituto Psiquiátrico Forense, diz a decisão. É necessária avaliação prévia por perito oficial, segundo a juíza.
"Em nenhum dos atestados, houve solicitação ou recomendação expressa dos médicos para transferência do investigado para o Instituto Psiquiátrico Forense, nem foi dito que aquele nosocômio não dispõe de condições para dar atendimento ao investigado, neste momento, observados os cuidados e vigilância necessários", diz trecho da decisão. "Diante disso, entendo em não transferi-lo, por ora, ao Instituto Psiquiátrico Forense, devendo ser mantido sob custódia, no Hospital Parque Belém, aonde se encontra", decide a juíza.
De acordo com o texto, o laudo de avaliação preliminar deverá ser feito pelo Instituto Psiquiátrico Forense, a ser realizado na instituição onde Neis está internado.
Pedido
A Polícia Civil de Porto Alegre informou na quarta-feira (2) que pediria a transferência de Neis para o Instituto Psiquiátrico Forense, também na capital gaúcha.
Na manhã de quarta-feira, policiais prenderam Neis, que já estava internado em uma unidade psiquiátrica da cidade. O pedido de prisão preventiva foi feito na segunda-feira (28) pela polícia e pelo Ministério Público (MP), que o acusam de tentativa de homicídio qualificado.
O atropelamento ocorreu na sexta-feira, na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso, em Porto Alegre. Nove pessoas foram levadas ao Hospital de Pronto Socorro da cidade. Todas foram liberadas sem ferimentos graves, segundo o hospital. O motorista teria fugido do local sem prestar socorro, segundo testemunhas.