O laboratório de Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS Lab Saleme), investigado por contaminação pelo vírus HIV de pacientes transplantados, celebrou contratos milionários com a Prefeitura de Nova Iguaçu (RJ). Foram presos na operação Verum, Walter Vieira (sócio), e Ivanildo Fernandes dos Santos, por envolvimento no esquema criminoso, que atuou por cerca de 10 anos.
O QUE FAZIA O LABORATÓRIO?
O laboratório é apontado como responsável pela emissão de laudos fraudulentos que permitiram a utilização de órgãos contaminados. Ao menos seis pessoas na fila de transplante da SES-RJ receberam órgãos infectados por HIV. A empresa pertence a pai e filho ligados ao deputado federal e ex-secretário estadual de saúde Luiz Antônio Teixeira Junior, o Dr.Luizinho (PP).
QUAL A RELAÇÃO COM A PREFEITURA?
Só no dia 22 de maio de 2020, o Diário Oficial de Nova Iguaçu trouxe publicações com duas contratações do laboratório feitas pela Prefeitura. Numa delas, o Lab Saleme foi contratado para prestar serviços de análises laboratoriais por um ano, com o valor de pagamento estabelecido em R$ 2.789.790,72. Na mesma data, outra contratação, também por 12 meses, garantiu mais de R$ 799,5 mil para a mesma empresa.
Até a última quarta-feira, o laboratório ainda prestava serviços para três Unidades de Pronto Atendimento municipais. São elas: a UPA Moacyr A. de Carvalho, em Austin, a UPA de Comendador Soares e a UPA do Bairro Botafogo. A primeira havia tido a contratação prorrogada, no dia 22 de abril último, por 15 meses. Em troca da prestação de serviços de exames laboratoriais, o PCS Lab receberia um total de R$ 69,3 mil.
O QUE DIZ A PREFEITURA?
A gestão municipal e uma organização social, que atualmente é a responsável pela contratação de serviços para as unidades de saúde citadas, disseram que os contratos foram rompidos na semana passada. A informação foi confirmada ao EXTRA.
Em nota, a Prefeitura informou que o antigo contrato da Secretaria Municipal de Saúde, com a empresa PCS Laboratório Saleme, foi encerrado em fevereiro deste ano, o qual passou a ser administrado pela Organização Social (OS) responsável pela rede de atenção básica do município.