Líderes de gangues usam redes sociais para ameaças

Algumas das mensagens postadas nas redes são claras e citam os nomes dos rivais.

O estado deve fazer isso, através de leis e políticas públicas, diz sociólogo | Denison Duarte
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As redes sociais passaram a ser o canal de atuação para líderes de gangues de Teresina fazerem ameaças de execução aos seus supostos inimigos. Algumas das mensagens postadas nas redes são claras e citam os nomes dos rivais.

Um exemplo foi a mensagem deixada por Márcio Pop antes de morrer em agosto de 2006, direcionada ao perfil de uma adolescente com um pedido para que ela avisasse aos integrantes da Vila São José, zona sul de Teresina, que todos iriam morrer. Na mesma mensagem ele cita os nomes dos rivais. Quatro meses depois, Márcio foi assassinado, desencadeando uma sequência de mortes.

Os contatos continuam a acontecer pelo facebook com diálogos agressivos, recheados com gírias características do mundo do crime. Outras mensagens têm sido vistas nos últimos meses entre gangues da zona sul de Teresina; Segundo a Polícia, alguns membros já estão presos e outros já foram assassinados. A comemoração normalmente acontece na mesma rede social.

Considerando que a vingança não tem limites, a Polícia Militar acredita que a lista de pessoas a serem executadas pode ainda não ter chegado ao fim. Segundo a PM, o principal tipo de alimento para o sustento desses crimes é a violência e a droga.

O sociólogo Marcondes Brito considera que o problema está relacionado à carência de ações sociais e políticas públicas. ?A gente não pode compreender essa situação das gangues sem olhar para o estado, pois ele é, obrigatoriamente, o ente que intermedia todas as relações. Ele deve fazer isso, através de leis, políticas públicas e ações sociais?.

Outra causa possível colocada pelo sociólogo é o enfraquecimento das redes sociais reais como a família, a torcida de futebol, grupos religiosos, a dança, entre outros. ?Nós expressamos nossos conflitos nesses espaços. Quando eles são enfraquecidos a gente extrapola esses conflitos no lugar que é possível?.

?Com a ação da polícia, a gente inibe, mas é momentâneo. Quando a gente está presente eles ficam dentro de casa e pouco circulam nas vias. Quando a polícia sai, eles retornam às ruas com o pensamento de brigarem e até se matarem?, declarou o capitão da Polícia Militar, Fábio Abreu.

VEJA A ENTREVISTA COM O SOCIÓLOGO MARCONDES BRITO

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