Uma menor de idade é suspeita de matar a própria mãe Adriana Moura de Rocha Miranda, de 43 anos, na casa da família no Cachambi, no Subúrbio do Rio, por enforcamento. Segundo a polícia, a garota, que teve a ajuda do namorado para queimar e esconder o corpo, é lutadora de muai thai e aplicou um golpe chamado "mata leão" na mãe. O casal namorava há apenas quatro meses.
De acordo com o delegado Antônio Ricardo Nunes, titular da 32ª DP (Taquara), a mãe não aprovava o relacionamento e os dois teriam interesse em uma quantia de R$ 15 mil de um seguro da vítima. O crime foi cometido no dia 25 de maio.
?Ela é fria e calculista. Os dois confessaram o crime. Nós quebramos o sigilo telefônico e colocamos os dois na cena do crime. Eram provas que não tinham como ser contestadas, então, eles realmente confessaram o crime?, declarou o delegado em entrevista ao RJTV.
A menor foi apreendida na tarde de quarta-feira (5), junto com o namorado. Segundo os policiais, Daniel Duarte Peixoto, de 20 anos, estava na casa da jovem no momento do crime.
Morta com golpe de luta
A menina, que pratica muay thai, deu um golpe chamado mata-leão e enforcou a mãe dentro de casa. Às 4h do dia 25 de maio, ela abriu a porta da casa para que o namorado entrasse e ajudasse a retirar o corpo da casa.
A menor chegou a pedir dinheiro aos funcionários da Ourotáxi para procurar o corpo da mãe no IML e em hospitais. Eles chegaram a dar R$ 60 à menina.
O delegado informou ainda que Daniel pode pegar de 20 a 30 anos de prisão. ?Nós solicitamos que eles comparecessem ao terreno de Duque de Caxias e não temos dúvida que ela quem planejou e ela quem fez o que conhecemos como ?mata leão??, afirmou Nunes.
A menor foi levada para o Degase e o rapaz para a Polinter. Ambis responderão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
O delegado quebrou o sigilo telefônico do casal, viu câmeras da secretaria de segurança e ouviu testemunhas. Ele confessou o crime na quarta-feira (5) de manhã e a menor no período da noite.
Na delegacia, Daniel negou o assassinato e disse que apenas ajudou a namorada a se desfazer do corpo. Ele também disse estar arrependido por sua participação no crime. A menor confessou ao delegado que planejou e executou o crime sozinha e afirmou que o namorado a ajudou a levar o corpo.
Corpo queimado
Ainda segundo as investigações, depois que foi morta, os dois queimaram o corpo na própria casa e o abandonaram num terreno em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com o comentarista da TV Globo Rodrigo Pimental, o legista constatou que a arcada dentária é mesmo da mãe da jovem. Ainda de acordo com Pimentel, a menor só pode ficar presa por três anos.
Na manhã desta quinta, um parente da moça disse que desde que o relacionamento começou a menina mudou de comportamento. A família está inconformada com o crime. "A sensação é de muita tristeza. Estamos profundamente inconformados com o desfecho do caso. É triste concluir que a própria filha foi a autora", disse um parente, que preferiu não se identificar.
Amiga foi à delegacia
Fabiana Lopes era amiga de Adriana há 11 anos e esteve na delegacia na tarde desta quinta-feira (6) para cobrar explicações do casal. "Está tudo acabado. Ela [a menor] fez 17 anos agora no dia primeiro de junho. A gente sempre fazia festinha para ela. [Depois da morte da mãe], ela me ligou todos os dias. Ontem [quarta, (5)], ela me ligou 23h para dizer que tinham chamado ela na delegacia. Eu pedi que ela falasse a verdade".
Fabiana disse ainda que Adriana reprovava o namoro do casal. E que esteve com os dois um dia após o crime. "Estive com os dois dentro da casa. Abracei eles, beijei. Falei com eles que ia dar certo, que a gente ia achar a Adriana. Achei que ela [a menor] estava calma. Achei normal por ela ser adolescente, que poderia estar em estado de choque. Ela confessou para mim ontem à noite no telefone. Pedi que ela só falasse a verdade [para a polícia]."
O caso lembra um outro assassinato que aconteceu em São Paulo e chocou o país. Em 2002, Suzanne Von Richtoffen matou os pais com a ajuda do namorado e do irmão dele, Daniel e Christian Cravinhos. Cada um deles foi condenado a mais de 38 anos de prisão.