Mãe diz que jogador agrediu sua filha há duas semanas; saiba!

Abalada, Luara Adriana de Lima disse não acreditar na hipótese de suicídio

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A mãe de Flávia de Lima, 16 anos, que morreu na madrugada do último domingo após cair do prédio onde morava, na Vila Carrão, zona leste de São Paulo, Luara Adriana de Lima, 38 anos, afirmou nesta terça-feira que o atacante da Portuguesa Rafael Silva, namorado da vítima, a agrediu duas semanas antes da morte da filha. Segundo ela, o jogador costumava ficar agressivo quando bebia. Luara disse que chegou a ir à delegacia, mas não registrou queixa.

De acordo com a mãe, foi ela quem chamou a polícia, após a filha ter ligado para ela. "O Rafael estava bêbado, batendo nela. Quando cheguei no prédio, a polícia já estava lá. Fomos para o 10º Distrito Policial e o escrivão falou se não era melhor resolver isso em família. Não houve omissão da polícia, mas fomos nós que não quisemos levar o caso adiante", disse.

Segundo a mãe, quando retornou ao apartamento, a cena era de destruição. "Não parecia apartamento. Havia várias garrafas de uísque quebradas, de vodca, que minha filha quebrou, irritada pelas bebedeiras dele. A mesa estava quebrada, havia marca dos pés dele na porta. Ele estava transtornado. Dizia que queria comer gillete."

De acordo com a mãe, a família não acredita em suicídio. "Não acredito que a minha filha tenha se matado. Não guardo sentimento nenhum dentro de mim. Não estou acusando ninguém. Não acredito que ele tenha feito isso, mas também não acredito que ela tenha se matado. Descarto plenamente. Isso não foi um acidente. Ontem enterrei minha filha e hoje quem está morta sou eu", afirmou.

O pai de Flávia, Francisco Carlos Lima, 42 anos, descarta que a filha dele tivesse se aproximado de Rafael pelo fato de ele ser jogador de futebol ou ter dinheiro. "Minha filha amava ele mais do que ela a amava. Quando ela o conheceu, nem sabia que ele jogava futebol. Ele tinha um salário pequeno na Portuguesa. Muitas vezes nós os ajudávamos financeiramente", disse.

O advogado da família, Ademar Gomes, afirmou que pretende pedir ainda nesta semana uma reconstituição do caso. "Acredito muito no trabalho da polícia e acho que a reconstituição será fundamental para saber o que aconteceu dentro do apartamento. A família não acredita no suicídio e queremos que não fique nenhuma dúvida", disse.

Depoimento de Rafael Silva

Na segunda-feira, Rafael prestou depoimento por cerca de seis horas à polícia. Ele afirmou que, durante uma discussão, a namorada tentou se atirar pela janela de um dos quartos, mas foi segurada por ele. Em seguida, com parte da roupa rasgada, ela teria corrido até a sacada e de lá caiu de uma altura de cerca de 50 m.

O vice-presidente jurídico da Portuguesa, Giuseppe Cláudio Fagotti, que acompanhou o depoimento, afirmou que a morte foi uma fatalidade. "Ambos discutiram e ele chegou a dizer que ia chamar a polícia. Nesse momento, ela tirou o celular da mão dele e o atirou pela janela", afirmou. O aparelho foi localizado nesta manhã sobre um telhado vizinho. Após as testemunhas serem ouvidas, o caso será encaminhado para a 5ª Seccional de Polícia (Leste), que ficará encarregada das investigações. A perícia tem 30 dias para concluir a investigação.

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