A morte de Djidja Cardoso, de 32 anos, revelou um esquema criminoso envolvendo a família Cardoso e seus associados. O irmão dela, Ademar Farias Cardoso Neto, de 29 anos, e a mãe, Cleusimar Cardoso Rodrigues, de 53 anos, são acusados de liderar uma seita religiosa chamada "Pai, Mãe, Vida" e de administrar drogas sintéticas psicotrópicas aos funcionários da rede de salões de beleza Belle Femme, incluindo o uso de Ketamina, um medicamento veterinário. As investigações apontam ainda que mãe e filho se autointitulavam Jesus e Maria na liderança do grupo.
INTEGRANTES DO GRUPO CRIMINOSO
Além da família Cardoso, outros funcionários da Belle Femme estão sob investigação. Entre eles, a gerente Verônica da Costa Seixas, de 31 anos, o cabeleireiro Marlisson Vasconcelos Dantas, de 25 anos, e a maquiadora Claudiele Santos da Silva, de 34 anos. A Polícia Civil afirma que esses indivíduos são integrantes do grupo criminoso.
O delegado Cícero Túlio, do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), conduz as investigações que apontam que a seita “Pai, Mãe, Vida” foi criada para administrar um esquema de drogas sintéticas psicotrópicas. Essas substâncias, como a Ketamina, são usadas ilicitamente para induzir e manter anestesia e são conhecidas no mercado ilegal como “Special K”. Seu uso tem aumentado em festivais de música eletrônica.
INVESTIGAÇÃO
Conforme o inquérito policial, Ademar e Cleusimar Cardoso desenvolveram um esquema lucrativo no mercado ilegal, administrando drogas de forma forçada em indivíduos até que se tornassem dependentes químicos, sob a justificativa de alcançarem um estado espiritual superior. Os funcionários da rede de salões eram obrigados a participar da seita, onde Ademar se autointitulava “Jesus”, Cleusimar era “Maria” e Djidja era “Maria Madalena”.
Uma testemunha revelou que Ademar usava entorpecentes há três anos, incluindo Ketamina, e que distribuía a substância. O histórico criminal de Ademar inclui acusações de falsificação, corrupção e adulteração de produtos terapêuticos, posse de drogas, sequestro, cárcere privado, perigo para a vida, estupro de vulnerável e aborto sem consentimento.
A investigação, baseada em evidências e depoimentos, identificou a estrutura do grupo criminoso. A morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi-bumbá Garantido, ocorrida em 28 de maio, foi causada por overdose de Ketamina. Durante buscas na casa da família Cardoso, a polícia descobriu que provas foram enterradas para ocultar o esquema.
Verônica da Costa Seixas escondeu frascos de Ketamina no local da morte. O corpo de Djidja apresentava sinais de administração injetável da droga. Uma depoente relatou que Ademar a obrigou a usar entorpecentes durante a gravidez e a estuprava, enquanto Cleusimar dizia que as drogas eram necessárias para a cura.
Com base nos depoimentos, a Justiça expediu a prisão preventiva dos envolvidos:
Ademar Farias Cardoso Neto
Cleusimar Cardoso Rodrigues
Verônica da Costa Seixas
Marlisson Vasconcelos Dantas
Claudiele Santos da Silva
Ademar, Cleusimar e Verônica foram presos na quinta-feira (30), no bairro Cidade Nova, e levados ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Claudiele se apresentou às 19h, acompanhada de um advogado. Marlisson Vasconcelos Dantas ainda não foi localizado e é considerado foragido.