—[Tiraram] a única motivação que eu tinha para viver, que são minhas filhas. Só pra me ver sofrer, só pra ter prazer de me ver sofrer. Enquanto eu consegui aguentar, eu aguentei. Mas agora acabou...
Essas teriam sido as últimas palavras de Ana Flávia Teixeira, de 34 anos, antes de matar as duas filhas e cometer suicídio em um motel de Itabira, na região central do Estado. No áudio gravado pelo WhatsApp, a mulher relata que não se conformava com o fato de ter perdido a guarda da filha mais nova para o ex-marido.
— Gente, não tenha dúvidas que eu amo as minhas filhas. Tem um ano que eu tentei o direito da Sophia de ter um registro, de ter um plano de saúde, de ter uma pensão digna. Não teve jeito mais. Só tenho pra falar pra vocês que não existe justiça na terra. Não existe justiça! Fui acusada de um monte de coisas que eu não fiz.
Entenda o caso
As duas crianças, sendo uma de quatro anos e outra de apenas dez meses, foram mortas por asfixia em um motel da cidade de Itabira. Ana Flávia ficou no local com corpos das filhas por seis horas, até que aplicou o calmante Clonazepam em si própria com uma agulha e, em seguida, se enforcou com uma corda. Nesse tempo, pediu comida e sais de banho.
Ela não mantinha contato com a família desde dezembro, quando recebeu a notícia de que perdeu a guarda das crianças. Anna Flávia era enfermeira, mas trabalhava como motorista de caminhão-pipa na Prefeitura Municipal de João Monlevade.
Segundo o titular da delegacia de homicídios de Itabira, Juliano Alencar, o caso é considerado solucionado pela Polícia Civil.
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