O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, major Edson Santos, voltou a afirmar em depoimento na Divisão de Homicídios (DH) que o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foi liberado após ter sido submetido a uma averiguação na sede da UPP, na noite de 14 de julho. Com o oficial, chega a 24 o número de PMs ouvidos no inquérito sobre o desparecimento do pedreiro, que completou ontem 26 dias.
Imagens exibidas nesta sexta-feira pela TV Globo mostram o momento em que Amarildo foi levado numa patrulha da PM para a sede da UPP. A gravação, que fazia parte do inquérito em andamento na 15ª DP (Gávea), foi captada por uma câmera de segurança instalada na entrada da Rua 2, onde há um posto de patrulhamento. O vídeo confirma os depoimentos de testemunhas, que dizem ter visto o pedreiro pela última vez ao ser levado pelos policiais. Na imagem, Elizabete Gomes da Silva, mulher de Amarildo, corre em direção à patrulha para falar com o marido.
A guerra de versões envolvendo os delegados Orlando Zaccone e Ruchester Marreiros sobre o suposto envolvimento de Amarildo e Elizabete com o tráfico ganhou espaço nas redes sociais. Na página que Zaccone mantém no Facebook, dezenas de pessoas elogiam seu posicionamento. Titular da delegacia da Gávea, o policial afirma não haver provas no relatório de seu ex-subordinado, o delegado adjunto Ruchester Marreiros, que acusa o casal de participação no tráfico.
Em sua página, Orlando Zaccone compartilha vídeos com críticas a Sérgio Cabral e uma fotomontagem, em que um homem com o rosto do governador aparece carregado por policiais militares. Na legenda, Zaccone brinca: ?Caraca! A PM entrou na casa do Cabral?. O delegado não foi encontrado para comentar as postagens, e a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, também não quis dar entrevista sobre o caso.