Durante um curso do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em Goiás, um major da Polícia Militar foi submetido a tortura que o levou ao desmaio e posterior coma, resultando em vários dias de internação na UTI. As consequências foram graves, incluindo lesão neurológica, perda de força nos membros, sequelas renais e sintomas como formigamentos e choques no corpo, deixando-o também com um trauma emocional profundo.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), as agressões e as tentativas subsequentes de ocultação dos crimes foram perpetradas por sete policiais militares, os quais foram formalmente denunciados à Justiça. A investigação revelou um esforço conjunto para dissimular a violência e evitar responsabilidades legais.
Família foi poupada
Os policiais, na tentativa de esconder a gravidade dos fatos, optaram por não informar a família do major sobre o ocorrido, preferindo fabricar uma história na qual ele estaria internado com Covid-19 e com 40% dos pulmões comprometidos. Essa estratégia pôde ser executada inicialmente devido à transferência da vítima para um hospital militar e à supervisão de um coronel médico ligado ao curso do Bope.
A denúncia do Ministério Público, assinada por três promotores distintos, expôs a extensão da manipulação perpetrada pelos agressores. Eles aguardaram o agravamento do estado de saúde do major, antecipando seu falecimento iminente, planejando, então, entregar seu corpo em um caixão lacrado, atribuindo a morte à Covid-19 e, assim, impedindo a revelação da verdade dos fatos e a subsequente investigação.
Essas ações revelam não apenas a brutalidade dos agressores, mas também sua disposição em manipular e mentir para evitar as consequências de seus atos criminosos. A denúncia do MPGO representa um passo crucial na busca por justiça e responsabilização pelos abusos cometidos contra o major da Polícia Militar.