Manobrista diz que Mizael entrou em carro que seria de Mércia

A testemunha Bruno da Silva Oliveira, manobrista do Hospital Geral de Guarulhos (SP)

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A testemunha Bruno da Silva Oliveira, manobrista do Hospital Geral de Guarulhos (SP), disse nesta segunda-feira, em audiência do caso da morte da advogada Mércia Nakashima, no Fórum Central da cidade, que viu o ex-namorado de Mércia, o advogado e policial militar Mizael Bispo de Souza, entrar em um carro Honda Fit prata, com placas de Guarulhos, em 23 de maio, dia do desaparecimento da advogada. O carro dela, um Honda Fit prata, foi encontrado no dia 10 de junho na represa de Nazaré Paulista. Um dia depois, o corpo dela foi achado no mesmo local.

De acordo com Oliveira, Mizael chegou ao estacionamento por volta das 18h30, em seu carro, uma Sportage prata, e desceu do veículo falando ao celular. Às 18h38, segundo a testemunha, um Honda Fit pegou Mizael no local. "Só vi abrir a porta do passageiro e (um motorista de) cabelo comprido, mas não deu pra ver o rosto", afirmou.

Neste horário, de acordo com a investigação, o ex-namorado de Mércia disse ter ficado parado no estacionamento com uma prostituta. Segundo o depoimento prestado à polícia, o manobrista teria sido procurado duas vezes por Mizael em seu local de trabalho, mas ele ficou assustado e fugiu do advogado.

Outras testemunhas

Mais cedo, também prestou depoimento o irmão da advogada, Márcio Nakashima. Ele se emocionou ao relembrar o encontro com o carro da irmã na represa. "Quando encontrei o carro, me acendeu uma inspiração e pensei "vou encontrar a minha irmã". Depois, encontramos o corpo", disse, chorando. Márcio afirmou também que não aprovava o relacionamento e que não gostava de Mizael desde o começo do namoro com a irmã, mas que o tratava bem.

O irmão da advogada falou em "coincidências suspeitas" com membros de sua família após a morte de Mércia. Ele disse que alguém tentou atropelar seu pai e que bateram em seu carro. Ainda, segundo ele, a banca em uma feira de um tio foi destruída e o homem, agredido.

Também falou na audiência o caixa da loja de conveniência do posto de combustível onde o vigia Evandro Bezzerra Silva, que teria ajudado Mizael no crime, trabalhou, Jurandi Ferreira da Silva. Ele afirmou que o advogado ia ao local com frequência e que, às vezes, abastecia, mas sempre conversava com Evandro. A partir da segunda quinzena de maio, segundo Silva, Mizael passou a ir ao posto quase todos os dias. Após o sumiço de Mércia, ele teria parado de ir ao local.

Outra testemunha ouvida hoje foi Maria Cleonice da Silva, que ajudou na campanha para encontrar Mércia. Ela apenas disse que ajudou a colar os cartazes e que recebeu um telefonema de denúncia de que os cartazes estavam sendo retirados das ruas.

Mércia, 28 anos, desapareceu no dia 23 de maio e foi encontrada morta no dia 11 de junho em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. Ela teria sido assassinada pelo ex-namorado, Mizael, que não aceitaria o fim do relacionamento. Rastreamento de chamadas telefônicas feito pela polícia com autorização da Justiça colocariam os dois na cena do crime, de acordo com as investigações. Mizael e o vigia Evandro Bezzerra Silva são considerados pela Polícia Civil os principais suspeitos do crime. Eles negam as acusações.

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