Massacre no Carandiru foi motivado por “deduragem”, diz advogado

Para Celso Vendramini, que defende os 15 PMs que vão a júri a partir desta segunda, julgamento está sendo “político”

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Uma vingança entre presos que teriam delatado colegas de uma rebelião ocorrida um mês antes, em Guarulhos, teria sido a verdadeira causa do motim que resultou em 111 presos assassinados no complexo penitenciário do Carandiru, em São Paulo, em 2 de outubro de 1992.

A afirmação é do advogado Celso Vendramini, que defende os 15 policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) que vão a júri popular pela morte de oito dos 111presos mortos no massacre. A sessão no Fórum Criminal da Barra Funda (zona Oeste de SP) teve início às 10h40 com o sorteio dos sete jurados responsáveis pela condenação ou absolvição dos réus.

Para Vendramini, trata-se ?de um julgamento político? de PMs que, na avaliação dele, ?foram tirados para boi de piranha?.

?Houve um levante na penitenciária de Guarulhos, um mês antes (do massacre), e houve uma ?caguetagem? (delação) de presos. No processo rem depoimento de agente penitenciário relatando não só isso, como que, antes da PM entrar na Casa de Detenção, já havia ao menos 20 presos mortos?, disse o advogado.

?Aconteceu esse acerto de contas entre os presos, mas estou pasmo que o Estado está forçando a condenação desses policiais para dar uma satisfação a organismos internacionais de direitos humanos. Foi tudo distorcido, está sendo um julgamento político e esses PMs estão servindo de boi de piranha?, completou Vendramini.

Ao citar que já haveria cerca de 20 presos mortos no pavilhão 9 antes da incursão da PM, e indagado sobre a diferença desse número para o saldo final do massacre, Vendramini justificou: "Os policiais agiram como deveriam agir".

Fleury não é mais testemunha, diz advogado

De acordo com o advogado, a defesa arrolou entre as testemunhas desembargadores, o ex-secretário de Segurança da época do massacre, Pedro Franco de Campos, e três agentes peniteniciários. Indagado se havia chamado o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho para depor --a exemplo do ocorrido nos dois júris anteriores --, o advogado negou. "Ele nem se encontrava em São Paulo no dia dos fatos", alegou. Fleury estava em compromisso de campanha em Sorocaba.

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