A médica que fez o parto da recém-nascida Geovanna Vida Alves Goes, dada como morta quando nasceu, no último dia 2, no Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros, encontrou ontem pela primeira vez a mãe da criança, a dona-de-casa Renata Alves de Oliveira, 32 anos, e pediu desculpas.
Segundo a mãe, o encontro aconteceu por acaso, uma vez que a médica visitava a criança quando os pais chegaram para vê-la, na tarde de ontem. "Ela me abraçou e se emocionou", disse.
O casal também continua tentando encontrar a faxineira que viu a criança se mexer após ser dada como morta. "Ninguém fala quem ela é. Começo a duvidar da existência dessa faxineira", afirmou a mãe.
Quatro dias após o parto, a identidade da funcionária é um mistério até para o delegado do caso, André Pimentel. Até ontem à noite, ele não tinha recebido a lista do hospital com o nome dela nem dos médicos e enfermeiros envolvidos.
A mãe de Geovanna Vida também disse ontem que a médica cuidou do parto só até o momento em que a cabeça da filha ficou presa na barriga e que quem terminou de puxar a garota e a diagnosticou como morta foi outro médico, que tem mais de 40 anos de profissão.
A mãe acredita que, se existiu algum erro no caso, o responsável é esse médico. "Ele não deixou que examinassem minha filha após o parto e já disse que ela estava morta."
O governo José Serra (PSDB), que administra o hospital, disse que aguardará o resultado da sindicância aberta para apurar o ocorrido.
Renata não fez o acompanhamento correto de pré-natal. Ela faltou na consulta de outubro e não fez os exames solicitados em uma unidade básica de saúde, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. O pré-natal poderia ter ajudado a detectar qualquer problema na gestação.