A médica urologista Myriam Priscilla Rezende de Castro, 34, condenada a seis anos de prisão no regime semiaberto por ter mandado cortar o pênis do ex-noivo, é considerada foragida pela Suapi-MG (Subsecretaria de Administração Prisional do Estado de Minas Gerais).
Conforme nota, a Suapi informou ter lançado a fuga dela no Infopen (Sistema de Informações Penitenciárias).
"Com o alerta, ela pode ser presa a qualquer momento pelas polícias", trouxe o informe. A médica cumpria pena no Complexo Estevão Pinto desde abril de 2014.
O advogado Giovanni Toledo, defensor da médica, classificou a emissão da nota da Suapi de "irresponsável".
"A Suapi soltou essa nota de maneira totalmente equivocada e irresponsável. A Miryam estava com direito ao trabalho, saiu de manhã, no dia 28, e passou mal. Ela está grávida de gêmeos, uma gravidez de alto risco", afirmou o defensor.
Ainda segundo ele, no dia 28, à tarde, ele disse ter ido comunicar a internação da cliente ao juiz do caso.
"No dia 29, o juiz deu um despacho no qual ele manda oficiar a penitenciária sobre a internação dela e retirar a nota de fuga. Aí, vem a secretaria e solta uma nota irresponsável dessa forma", declarou.
Ainda conforme Toledo, a médica está com pressão alta, anemia grave e dilatação precoce do útero.
Relembre o caso
O crime contra o ex-noivo ocorreu em Juiz de Fora (278 km de Belo Horizonte), em 2002. A médica foi condenada em abril de 2009, mas não foi presa imediatamente em razão dos diversos recursos impetrados pelos seus advogados.
Ela só veio a ser presa em abril do ano passado, em Pirassununga (211 km de São Paulo), após expedição de mandado da prisão pela Justiça.
De acordo com o processo, à época do rompimento do casamento, a médica teria se revoltado contra o homem e passado a ameaçá-lo. Ele teve sua casa e um automóvel incendiados.
Em seguida, ainda de acordo com o processo, Myriam, com a ajuda do pai, teria contratado dois homens para mutilar o ex-noivo.
Por causa de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante o julgamento, o pai cumpre pena em regime domiciliar.
Segundo o Ministério Público, no dia do crime, a vítima foi dominada por dois homens dentro do apartamento onde morava. Conforme a denúncia, os autores da agressão se passaram por técnicos de uma empresa de telefonia. O irmão da vítima também foi agredido.
O MP disse que os dois foram dominados, amarrados e ainda teriam sido obrigados a cheirar éter. Parte do pênis da vítima foi cortada e levada como prova da execução do serviço. Um dos executores está preso.
"Os executores usaram uma faca para cortar o pênis do rapaz e fizeram questão de dizer que estavam agindo a mando da ex-noiva e do pai dela na ocasião", informou a Polícia Civil de Minas Gerais à época da prisão da médica. A vítima sobreviveu e vive anonimamente.