O médico suspeito de ser responsável pela morte da promotora de eventos Lívia Marcello, de 29 anos, durante uma cirurgia plástica realizada em 24 de março, em Porto Alegre, foi indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) após a conclusão do inquérito policial, nesta segunda-feira (19).
Segundo o delegado Arthur Raldi, da Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, disse que optou pelo indiciamento do cirurgião por conflitos entre o depoimento do médico com o laudo necroscópico feito pelos legistas do Instituto de Medicina Legal (IML) da capital gaúcha.
"O documento aponta que houve hemorragia por lesões no fígado da paciente, foram várias perfurações. A versão do médico é incompatível com a análise dos peritos. Ele nos disse, em depoimento, que a vítima sofreu uma parada cardíaca e que tentou salvá-la. Durante esse procedimento, ele disse ter usado um dreno para retirar o sangue da paciente e feito apenas uma perfuração no fígado da mulher", disse o delegado.
A promotora de eventos foi até a clínica acompanhada da irmã, que estava em uma sala de espera. O médico responsável pela cirurgia e que também é o diretor da clínica foi procurado pela reportagem, mas ele não retornou os telefonemas.
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) abriu uma sindicância para apurar o caso. Se ficar comprovado que houve falha médica, o cirurgião responsável poderá ser processado pelo conselho.