Médico que transferiu Bruno Krupp para UTI será investigado por fraude

Modelo é acusado pela morte de adolescente de 16 anos e aguardava liberação médica para ser transferido para unidade prisional

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O médico Bruno Nogueira Teixeira é investigado pelos crimes de falsidade ideológica e fraude processual por suspeita de encaminhar o modelo Bruno Krupp para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na tentativa de impedir a transferência do influenciador --acusado de matar um adolescente de 16 anos-- para a unidade prisional.

Segundo o jornal O Globo, o profissional contrato pela família do modelo de 25 anos o transferiu para UTI na sexta-feira, 5, alegando problemas nos rins do jovem e a eventual necessidade de sessões de hemodiálise.

Bruno Krupp (Foto: reprodução)

Uma decisão contrária a da equipe do Hospital Marcos Morais, no Méier, na Zona Norte do Rio, que já tinha emitido um parecer liberando o rapaz para ser levado ao sistema prisional por apresentar quadro estável.

Teixeira também solicitou a realização de exames de ressonância magnética em outro hospital da rede, na Barra da Tijuca, Zona Norte. Os resultados, no entanto, foram avaliados por outro médico que constatou a preservação da função renal, bem como a melhora progressiva de Krupp e solicitou a alta do paciente da UTI.

Krupp foi transferido para a unidade prisional na noite de sábado, 6, quatro dias após o pedido de prisão preventiva ser expedido. O médico investigado não se manifestou sobre o caso. Já o advogado Willian Pena, que representa a família, informou ao jornal O Globo que ainda que não foi comunicado sobre o novo inquérito instaurado.

Infrações recorrentes de Krupp 

O pedido de prisão preventiva do modelo foi expedido no dia 3 de agosto. Na decisão da  juíza Maria Isabel Pena Pieranti, do plantão judicial do Tribunal de Justiça do Rio, ressaltou que o influenciador  "não é um novato nas cenas do crime" e sua liberdade "comprometeria a ordem pública".

O documento menciona que o modelo foi parado por agentes da Lei Seca três dias antes do acidente, mas a blitz não teve a mesma repercussão. Além do atropelamento, falta de habilitação e o flagra na lei seca, Bruno Krupp tem outras passagens policiais por estupro e estelionato.

Influenciador estava a 150 km/h

Segundo contou uma testemunha à polícia, a moto que o modelo pilotava estava a pelo menos 150 km/h quando atingiu o adolescente de 16 anos. A declaração consta no inquérito divulgado pela GloboNews. 

Segundo a testemunha, ela dirigia o carro dela quando foi surpreendida por uma motocicleta [a de Bruno Krupp] trafegando entre os carros, em alta velocidade e fazendo barulhos com o acelerador. Logo depois, o modelo atropelou o garoto.

"O declarante afirma certamente que o motociclista estava pilotando a pelo menos mais de 150 km/h na avenida", narra o termo de declaração. O limite da pista onde ocorreu o acidente, conforme a emissora, é de 60 km/h.

A testemunha contou ainda que parou o veículo e identificou uma pessoa caída na pista. Segundo relatou: "(...) visivelmente machucada, tentando se levantar com ajuda das duas mãos, já sem uma das pernas, que parecia haver sido decepada por completo na altura do quadril".

A perna esquerda do adolescente foi amputada na hora do impacto e, de acordo com um policial militar, parou 50 metros à frente do acidente. O jovem chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

Em conversa com o Terra, uma pessoa próxima a Bruno Krupp, que preferiu não se identificar, contou que, assim como a assessoria, não consegue contato com o rapaz há alguns dias. No entanto, o que se sabe é que ele estava ensaiando um retorno às passarelas, inclusive, já teria até feito um book recentemente. "Uma agência de Paris estava muito interessada nele. Agora acabou", disse a colega.

Além de influenciador, Krupp estava trabalhando como relações públicas de um restaurante. Quem o conhece, o define como simpático e como alguém que faz sucesso entre as mulheres. Apesar da imagem de "partidão", a colega não vê muito futuro para Krupp na moda. "Depois disso, vai ser difícil ele trabalhar como modelo", avalia.

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