O médico psiquiátrico Eurivan Sales Ribeiro, de 76 anos, está sendo investigado por suspeita de assédio sexual contra diversas pacientes em seu consultório clínico em Teresina. As vítimas protocolaram as denúncias no final do ano passado e nesta segunda-feira (02), foi opinado em uma sindicância do Conselho Regional de Medicina Piauí (CRM), a instauração do Processo Ético Profissional e o do Processo de Interdição Cautelar. O caso segue também sendo apurado pela Delegacia da Mulher.
Em entrevista ao Meionorte.com, a advogada Adélia Barros, que representa oito vítimas que realizaram as denúncias oficialmente, relatou que 21 pacientes do psiquiatra as procurou e outras três apareceram após a repercussão do caso. Segundo ela, nem todas tem coragem de falar sobre os assédios.
“São 8 vítimas oficialmente, mas 21 nos procurou e nem todas tem coragem, algumas estão fragilizadas e não querem falar. Depois de ontem, mais três procurou a gente. Ainda tem muita coisa para acontecer. Mas no momento são 8 vítimas com denúncias na Delegacia da Mulher e perante ao CRM. A gente está acompanhando e ontem saiu a decisão dos processos contra ele”, disse a advogada.
A reportagem apurou que as denúncias das vítimas são pautadas em abordagens do profissional fora do limite. Nos atendimentos, o médico questionava a pacientes assuntos de cunho sexual, perguntando sobre sexo a três e sexo anal. Em uma outra situação, Eurivan Sales teria desenhado uma vagina em uma folha de papel e questionando para a vítima quais locais davam prazer.
A situação mais grave, segundo os depoimentos, o médico teria apalpado os seios de uma vítima no uso do estetoscópio na tentativa de ouvir os batimentos. Outro relato também cita frases evasivas, do tipo “fogosa” e de “dar remédio para baixar o fogo”.
O que diz a defesa do médico
A Meionorte.com também procurou a defesa do médico, que informou que não há nenhuma proibição do conselho de medicina contra o exercício da profissão por parte de Eurivan Sales, como foi veiculado. Segundo a advogada Lívia Veríssimo Miranda, o processo segue tramitando e em fase de investigação. Para ela, a advogada das vítimas teria agido de má-fé na quebra de sigilo do processo, repassando as informações do caso para a imprensa.
"Nós fomos surpreendidos. Não existe nenhuma proibição por parte do conselho de medicina. Existe um processo ético disciplinar, mas não foi julgado ainda. O Dr. Eurivan sequer ainda foi escutado lá, ainda vai ser marcado a audiência; toda essa tramitação pessoal. O que aconteceu é que a advogada das supostas vítimas de má fé, repassou essa informação para os portais, porque o processo ocorre até em sigilo. E ela violou esse sigilo divulgando para a imprensa. Ele teve essas denúncias em setembro do ano passado e ainda está em âmbito de delegacia, em fase de inquérito, nem processo judicial ainda. O que a gente espera que ele não vai ter o direito de exercer a medicina suspenso porque ainda tá em fase de investigação. Vamos tomar as providências cabíveis em relação a essa divulgação, a essa fake news junto ao próprio CRM", disse.
Ainda segundo a advogada Lívia Veríssimo, a defesa irá aguardar a conclusão do inquérito policial e irá representar contra a advogada das vítimas no Conselho de Ética e disciplina da OAB-PI, além de civilmente.
“Seu Eurivan, assim como toda família vem sofrendo muito com supostas acusações, e não vamos aceitar de forma alguma fake News. Vamos provar inocência dele ao decorrer do processo, caso ele realmente seja indiciado. Até então, vamos aguardar conclusão do inquérito policial. A advogada responsável será representada no conselho de ética e disciplina da OAB e civilmente”, completa.