Em estado de choque, Soraya Silva Oliveira, de 45 anos, mãe da adolescente Ana Beatriz Andrade, de 14, que morreu após ser torturada em casa, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, disse que sua filha não foi violentada. Ela conversou com médicos legistas do Instituto Médico-Legal (IML) que fizeram a necropsia do corpo da jovem. Eles deram informações sobre alguns ferimentos encontrados. Muito abalada, a diarista passou a manhã desta segunda-feira tratando da documentação para o sepultamento do corpo da filha, que, provavelmente, deverá acontecer na terça-feira. Ana Beatriz era filha única de Soraya e cursava o 8º ano.
Ela disse que soube somente agora por moradores da comunidade, depois da morte da filha, que houve um caso semelhante nos Morro dos Macacos há seis meses. Ela falou ainda sobre a possibilidade de o pai de sua filha, um cabeleireiro que trabalha na Tijuca, ser suspeito do crime.
- Alguém disse que o viu na comunidade no dia do crime. As pessoas acharam estranho porque ele não costuma ir lá. Por causa disso, acho que o apontaram como suspeito. Acho que não é. Ontem (domingo), ele foi levado para a delegacia para prestar depoimento, e cedeu material genético para exame de DNA - disse Soraya, que teve um relacionamento de curta duração com o pai de Ana Beatriz.
A diarista afirmou que não costumava deixar a filha sozinha em casa. Sempre que ia para o trabalho fazia questão de levá-la.
- Eu cheguei em casa e estava tudo trancado. Achei estranho. Subi pela janela e vi minha filha amarrada na cama. Chamei vizinhos que me ajudaram a derrubar a porta. Ela estava com as mãos e os pés amarrados e amordaçada. Nunca deixo a minha filha sozinha. Quando deixei, aconteceu isso - disse Soraya, emocionada.