O menino Brayan Yanarico Capcha deu as moedas que havia juntado para comprar presentes de seu aniversário ao assaltante que o matou, segundo Patrícia Vega, advogada do consulado boliviano.
Um tio do garoto, que não quis se identificar, confirmou. Brayan faria seis anos em 6 de julho.
De acordo com Patrícia, o menino queria comprar uma roupa com imagem do personagem infantil Pica-Pau e um caminhão de brinquedo.
A advogada disse que, quando o assaltante, irritado com os R$ 4.500 que havia recebido, exigiram mais dinheiro, o garoto lhe entregou suas moedas.
Brayan queria retornar para seu país. "Ele queria voltar para a Bolívia. Estávamos pensando nisso", disse ontem a mãe, Veronica Capcha Mamani, 24, no velório em Guarulhos, na Grande São Paulo.
O garoto era o único filho do casal. A família está no Brasil há seis meses.
O pai, Edberto Yanarico Quiuchaca, 28, afirmou que a família nunca tinha sido assaltada antes, nem em seu país nem no Brasil. "São Paulo tem muito assalto. Na Bolívia não tem tanto."
O velório, no Cemitério São Judas, começou no início da noite. O senador Eduardo Suplicy (PT) chegou por volta das 21h30 para "prestar solidariedade à família".
O corpo de Brayan deve ir para a Bolívia na segunda (1º) para ser enterrado em um povoado nas proximidades de La Paz. O consulado da Bolívia em São Paulo está cuidando dos trâmites legais e também arcará com os custos.