Mesmo após pagar fiança de R$ 12 mil , cantor Hudson é mantido preso por porte ilegal de armas

Para que Hudson seja solto, os advogados precisam entrar com pedido de habeas corpus

Cantor Hudson | Divulgação
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O cantor sertanejo Udson Cadorini, da dupla Edson & Hudson, foi transferido, na manhã desta sexta-feira (22), para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Piracicaba, interior de São Paulo. O músico havia conseguido liberdade provisória por porte ilegal de armas e posse de munição de uso restrito, mas um juiz da 2ª vara criminal de Limeira, Luiz Augusto Barrichello, decidiu decretar prisão preventiva. Para que Hudson seja solto, os advogados precisam entrar com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo.

De acordo com o delegado José Henrique Ventura, a liberdade provisória conquistada por Hudson, após pagamento de uma fiança de R$ 12 mil, estava relacionada às armas e munições de uso restrito das Forças Armadas encontradas na casa do cantor. Um outro processo, no entanto, foi aberto quando Hudson foi autuado em flagrante com duas armas, uma pistola e um revólver calibre 38 em seu carro. No momento do flagrante, o músico, de acordo com o boletim de ocorrências, se dirigia à casa da ex-mulher, Giovana Higa.

Entenda o caso

Hudson foi detido na madrugada de quarta-feira, em Limeira (SP), por porte ilegal de armas. De acordo com o boletim de ocorrência, Udson apresentava o registro das armas, uma pistola e um revólver calibre 38, mas não tinha autorização para tirá-las de casa. Após pagar uma fiança de R$ 6 mil, o cantor foi liberado.

Algumas horas depois, no entanto, a polícia, guiada por uma denúncia anônima, fez uma busca na casa do cantor, onde foram encontradas arma irregulares (uma carabina de calibre 38 e uma pistola beretta de calibre 22) e munições de uso restrito da Polícia Militar e das Forças Armadas.

A carabina possuía registro, mas este está vencido desde 2010. A beretta não possuía documentação e estava sem carregador. Segundo a polícia, Hudson alegou que a arma não funcionava e que pretendia emoldurá-la em um quadro.

Além disso, foram encontrados no local duas lunetas, dois carregadores da beretta 22, 28 munições de calibre 45 (de uso restrito pela Polícia Militar e das Forças Armadas), uma munição de calibre 32, uma munição de calibre 380 e 152 munições intactas de calibre 22. Também havia cápsulas de munição deflagradas (já utilizadas): 48 cápsulas de calibre 35, sete cápsulas de calibre 22, oito cápsulas de calibre 380 e 116 cápsulas de calibre 38.

Também foi encontrada uma pequena quantidade de maconha, de aproximadamente 2 g, e três dichavadores (utensílio utilizado para esfarelar a maconha prensada).

Na manhã de quinta, Hudson divulgou uma carta por meio de sua assessoria de imprensa, com pedido de perdão aos fãs e familiares e àqueles "que tenham se sentido incomodados de alguma forma". O músico ainda diz na carta que vive uma "adolescência tardia", por isso o gosto por carros antigos e pela prática do tiro ao alvo.

Inicialmente publicada também no Facebook da dupla Edson e Hudson, a carta gerou comentários de fãs que iam do apoio ao cantor preso à manifestações de decepção.

De acordo com Paulo Sergio de Oliveira, atual marido da ex-mulher de Hudson, Giovana Higa, a confusão que levou à primeira detenção do cantor começou com provocações via mensagens de celular. "Durante o dia, Hudson mandou várias mensagens de celular com provocações. Com isso, ele queria me ridicularizar, humilhar", contou Paulo Sérgio, por telefone. À noite, Hudson mandou uma nova mensagem, dessa vez para o celular de Letícia Higa, filha de Hudson e Giovana. "Ele disse que iria até nossa casa para resolver o problema. Como sabemos que ele sempre anda armado, resolvi chamar a polícia", afirmou Paulo Sérgio.

Na carta, Hudson explica o ocorrido dizendo ser uma pessoa pacífica e do bem, que gosta de ficar em casa com a família e amigos, compondo, tocando, cozinhando e jogando conversa fora. "Jamais sairia da minha casa, no meio de uma madrugada, na intenção de tirar satisfação com alguém, muito menos pensar em me armar com objetivo de ameaçar quem quer que fosse".

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