O delegado Fernando Veloso, da 14ª DP (Leblon), disse que o comando do Forte de Copacabana informou que um militar suspeito de ter baleado um jovem após a Parada Gay do Rio, na noite do domingo (14), confirmou ter feito o disparo. O estudante de 19 anos foi atingido na barriga, mas a bala não alcançou nenhum órgão vital.
O autor do disparo estava acompanhado de mais dois militares no momento da agressão. Os nomes não foram divulgados. De acordo com o comando do Forte, um exame foi feito nas mãos dos três militares para verificar se havia registro de pólvora, e na mão do confessor foram encontrados indícios de uso de arma de fogo.
O delegado acredita que o militar deve ser acusado por tentativa de homicídio duplamente qualificado --por motivo torpe e por não permitir condições de reação ou defesa da vítima. Ainda de acordo com Veloso, o autor do disparo repôs a munição da arma para disfarçar evidências do crime.
O delegado afirmou que ainda não é possível dizer se o disparo foi acidental e se houve intenção de matar. O suspeito irá na tarde de hoje no Forte de Copacabana. As testemunhas serão levadas ao local para fazer o reconhecimento dos três envolvidos. "Há medidas pendentes, mas o caso está esclarecido", afirmou o delegado.
Além dos processos na Justiça comum, os três militares envolvidos responderão também à Justiça Militar.
Militares presos
Poucos minutos após as declarações do delegado, o Exército divulgou nota informando que prendeu preventivamente dois militares envolvidos nas agressões.
Segundo o Comando Militar do Leste, foram presos Ivanildo Ulisses Gervário e Jonathan Fernandes. A patente de ambos é 3º Sargento. O Exército, entretanto, não informou qual dos dois fez o disparo. A prisão foi determinada após uma investigação interna.