O promotor Paulo de Palma, da Promotoria de Execuções Criminais de Taubaté, no interior de São Paulo, pediu nesta segunda-feira (10) à Justiça que se investigue se Suzane von Richthofen criou um perfil no Twitter. Ela está presa em Taubaté após condenação pela morte dos pais em 2002. O julgamento foi em 2006.
De acordo com a assessoria de imprensa do MP paulista, o promotor protocolou junto à Corregedoria dos Presídios o pedido de investigação e solicitou ainda que a direção da unidade prisional e que os responsáveis pelo Twitter ? uma espécie de blog que virou a mais nova febre da internet ? sejam oficiados para prestar esclarecimentos.
O usuário que aparece com o nome de Suzane fez as primeiras postagens no dia 2 deste mês. Na segunda delas, há um aparente erro. "Estow em liberdade provisória concedida por uma liminar (sic)", diz a pessoa. No entanto, Suzane cumpre pena em regime fechado e aguarda o resultado do recurso para obter o direito ao regime semiaberto.
Denivaldo Barni Júnior, advogado de Suzane, se mostrou surpreso com a informação. ?Desconheço totalmente?. Para ele, ?tais fatos? (Barni se refere ao suposto perfil da ex-estudante de direito) representam uma ?verdadeira hipocrisia?. ?A defesa tomará ciência da solicitação do promotor para acompanhar as investigações?.
De acordo com o advogado, é preciso que haja a ?apuração da responsabilidade criminal de quem cometeu tais atos, já que Suzane encontra-se encarcerada, sem qualquer tipo de acesso a tais veículos de comunicação, como toda pessoa que se encontra presa?.
Precedente
Em setembro de 2006, Suzane chegou a ser transferida do Centro de Ressocialização de Rio Claro para Ribeirão Preto, também no interior de São Paulo, por ter acesso ao computador. Na época, a Secretaria de Administração Penitenciária alegou que a regalia causou "descontentamento e irritação" nas demais presas e que Suzane, por intermédio da diretora de Segurança e Disciplina da unidade, conseguia se comunicar com o ?mundo exterior?.
Laudo
Suzane está aguardando a decisão da Justiça de Taubaté sobre o pedido de seu advogado para que tenha o benefício do regime semiaberto, em que poderia deixar a cadeia durante o dia para estudar ou trabalhar e voltar só para dormir.
O laudo criminológico elaborado por dois psiquiatras, dois psicólogos e uma assistente social indica que Suzane Von Richthofen, ré confessa do assassinato dos pais, é dissimulada. O documento foi encaminhado ao MP e agora está na mãos de uma juíza da 1ª Vara de Execuções Criminais, que dará a palavra final.